Lisboa já cheirou melhor, mas a situação podia ser pior
Editado por Beatriz Cavaca
Ao segundo dia de greve total na recolha do lixo em Lisboa, “a situação obviamente agravou-se, mas não tanto como podia ser o pior cenário”, observou hoje o diretor de higiene urbana do município.
Em declarações telefónicas à Lusa, Pedro Moutinho referiu que o cumprimento dos serviços mínimos está “a minorar os efeitos” da greve dos trabalhadores da higiene urbana.
O colégio arbitral da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) decretou serviços mínimos para a paralisação na área da higiene urbana em Lisboa, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), entre o Natal e o Ano Novo.
“A adesão é inferior a 50% neste momento, número que ainda é muito alto, já que acima dos 10 ou 15% já teria impacto”, admitiu Pedro Moutinho.
Antes, o STML situara a adesão à greve nos 60%, justificando a descida – na quinta-feira atingiu os 80% - com a instauração dos serviços mínimos, que considera desproporcionais e aos quais apresentou uma providência cautelar, que aguarda ainda decisão do tribunal.
Os trabalhadores da higiene urbana do município estão desde quarta-feira e até 2 de janeiro em greve ao trabalho extraordinário, sendo que na quinta-feira e hoje cumprem uma paralisação total.
Para o Ano Novo está prevista greve ao trabalho normal e suplementar no período noturno, entre as 22h00 do dia 1 e as 6h00 do dia 2 de janeiro.
Segundo o STML, os serviços mínimos decretados estão a assegurar cerca de metade dos circuitos de recolha habituais.
A greve convocada pelo STAL alargou-se, na quinta-feira e hoje, ao setor dos resíduos urbanos no vizinho concelho de Oeiras e a vários municípios da região Norte.
Na capital, a situação de lixo nas ruas é tão visível que até gaivotas já se observam junto de alguns contentores em bairros do centro de Lisboa, como é possível observar neste artigo.