O 25 de Novembro foi um regresso à ideia do 25 de Abril?
Edição por Ana Maria Pimentel
Há em Portugal aqueles que celebram o 25 de abril, os que celebram o 25 de novembro, e os que celebram os dois. José Couto Nogueira fala numa "espécie de cisma na política nacional, entre aqueles que consideram o 25 de Abril de 1974 a Revolução que criou a atual República, e os que preferem colocar essa data no 25 de Novembro de 1975. A divergência de opiniões tem a ver com a ideologia; o 25 de Abril derrubou a ditadura do Estado Novo e o 25 de Novembro criou as condições para o sistema democrático parlamentarista que nos rege."
É assim que o jornalista começa a conversa com a historiadora Irene Flunser Pimentel que conta como a ideologia cega e impede que às vezes se analisem os factos históricos com clareza. Uma conversa acerca do seu mais recente livro “Do 25 de Abril de 1974 ao 25 de Novembro de 1975 - Episódios menos conhecidos”, e também do que marcou aquele período da história do país, para quem o viveu e para quem o estudou.
Mas afinal porque se assinala o 25 de novembro?
É impossível falar-se em 25 de novembro sem se falar em 25 de abril. Altura em que a liberdade chegou com algumas convulsões e o país vivia uma divisão, opondo aqueles que queriam que o Governo fosse liderado pelo MFA, e os que acreditavam que o caminho passava pelos partidos serem sujeitos a eleições livres.
Por todo o país as facções defrontavam-se em episódios violentos, estando-se muito próximo de uma guerra civil, período que ficou conhecido como PREC.
Segundo ensina o episódio do dicionário de Abril às crianças, é a proposta de recentrar a autoridade no Conselho da Revolução, "e a liderança política num diretório que incluiria também Costa Gomes (na altura Presidente da República) e Otelo Saraiva de Carvalho", que acicata mais os ânimos.
Perante essa possibilidade, um conjunto de militares moderados do Conselho da Revolução sugere entregar o poder aos partidos o que faz com que sejam expulsos do Conselho um mês depois, em agosto.
Contudo, é no frio de novembro que tudo aquece, dia 12 as forças de esquerda impedem que os deputados saiam do Parlamento durante mais de dois dias, para imediatamente a seguir o Governo entrar em greve por falta de capacidade de exercer. E a 25 de novembro a extrema esquerda toma pontos estratégicos do país, com o objetivo de levar a cabo um golpe de Estado.
Sem sucesso graças ao "Grupo dos nove", então sob a liderança de Ramalho Eanes.
Como nos lembra José Couto Nogueira, entre o 25 de Abril e o 25 de novembro "ficou um período de intensa luta política em que as diferentes fações - três, basicamente democratas, comunistas e “spinolistas” - estiveram perto da guerra civil. Quaisquer que sejam as leituras do que aconteceu, a divisão permanece até hoje e, muito provavelmente, nunca terá uma conclusão indiscutível."
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