Os Jogos Olímpicos só começam mais logo, mas o TGV em Paris já foi alvo de "ataques massivos"
Edição por Alexandra Antunes
O rio Sena e os monumentos emblemáticos de Paris serão hoje palco da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, a primeira realizada fora de um estádio e ao pôr-do-sol.
Apenas uma dezena de pessoas, entre as quais a romancista Leïla Slimani, o historiador Patrick Boucheron ou a argumentista Fanny Herrero, conhecem o roteiro do espetáculo de quase quatro horas, que terá início às 19:30 locais (18:30 em Lisboa) e que procurará quebrar convenções ao desenrolar-se pela primeira vez ‘fora de portas’.
Entre 6.000 a 7.000 atletas, dos 10.500 que participarão em Paris2024, até 11 de agosto, vão desfilar em 85 barcos no rio Sena, decorados com as cores das suas delegações, desde a ponte de Austerlitz até à Torre Eiffel e ao Trocadéro, ponto final do espetáculo.
No centro da cerimónia de abertura estarão monumentos emblemáticos da capital francesa, como Notre-Dame, o museu do Louvre ou o museu d’Orsay, num espetáculo que unirá o desporto e a arte no ‘coração’ da ‘Cidade Luz’.
Na cerimónia de abertura vai estar presente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com Portugal representado em Paris2024 por 73 atletas, de 15 modalidades.
E se tudo parecia encaminhado, a verdade é que houve quem trocasse as voltas a quem está por Paris. A SNCF, empresa estatal responsável pela circulação dos comboios TGV, afirma que foram registados na noite passada três incêndios nas linhas de alta velocidade Atlântico, Norte e Leste, horas antes da cerimónia de abertura de Paris 2024.
O sucedido está a ser visto como uma série de atos maliciosos, com a empresa a falar de “um ataque maciço destinado a paralisar a rede”.
Patrice Vergriete, ministro dos Transportes francês, recorreu à sua conta oficial do X para condenar “veementemente estes actos criminosos, que vão pôr em causa as partidas de férias de muitos franceses”. Na BFMTV, a ministra dos Desportos, Amélie Oudéa-Castéra, condenou os “atos de sabotagem", acrescentando que "atacar os Jogos é atacar França".
Os ataques não foram ainda reivindicados e nada sugere uma relação direta à realização dos Jogos Olímpicos. No entanto, visto que a cerimónia de arranque de Paris 2024 decorre hoje, tais ataques provocam ainda mais confusão numa rede de transportes por si só já pressionada pelo evento desportivo e pelo fluxo de turistas na época alta. Estima-se que só hoje existem 250 mil viajantes afetados.
Por sua vez, também o aeroporto de Basileia-Mulhouse foi evacuado por “razões de segurança”, anunciou hoje a plataforma franco-suíça. Este é o terceiro maior aeroporto da Suíça, depois de Zurique e Genebra, e um dos maiores das províncias francesas.