Prepare a carteira: as Feiras do Livro estão de volta
Edição por António Moura dos Santos
É a altura que os bibliófilos aguardam durante todo o ano, com um grau de expectativa inversamente proporcional à sua futura saúde financeira. Quem compra livros por gosto, não se cansa — e há coisa bem piores do que investir numa biblioteca.
A Feira do Livro de Lisboa regressou esta quinta-feira ao Parque Eduardo VII, ao passo que a Feira do Livro do Porto voltou a ocupar os Jardins do Palácio de Cristal a partir de hoje.
Na capital, pode contar com várias promoções — desde os conhecidos Livros do Dia até à Hora H, período entre as 21:00 e as 22:00 onde os livros estão a metade do preço nas bancas aderentes —, além de uma programação com quase 2000 atividades. Para facilitar a sua vida, fizemos um guia onde pode consultar aqueles eventos que não pode mesmo perder.
Já na Invicta, o programa é mais diminuto, mas pauta-se por ter traves mestras muito bem definidas: a celebração da vida e obra de Ana Luísa Amaral, que nos deixou a 6 de agosto; lições sobre a literatura brasileira, no ano em que o país atinge o bicentenário da sua independência; e música, muita e muito variada música. Também aqui, tem um artigo à disposição a apontar alguns dos principais destaques.
De resto, no que toca à Feira do Livro de Lisboa, estivemos lá a recolher as primeiras impressões do evento e assistir à cerimónia de inauguração. Já estavam centenas de pessoas de livro na mão ou em véspera de fazê-lo a deambular pela Feira, ainda os intervenientes da sessão não tinham subido ao palco. As editoras, essas, esperam que este seja um evento onde regresse a normalidade, já que as duas edições anteriores foram marcadas pelas restrições impostas pela pandemia da Covid-19.
Durante a apresentação, falou-se da necessidade de implementar políticas de apoio aos livros — como cheques de 100 euros para jovens ou classificar o livro como bem de primeira necessidade —, assim como foram deixados alguns avisos. O principal ficou a cargo do presidente da República, que deixou uma achega a Fernando Medina.
"São necessárias as medidas legislativas da proteção do livro”, continuou. “Felizmente que é hoje ministro das Finanças o antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa e que aqui sempre defendeu — abertura após abertura da Feira do Livro — , a defesa do livro e a proteção da edição. Portanto, já sabemos com o que contamos”, lembrou Marcelo Rebelo de Sousa.
A cerimónia também ficou marcada pela alegria de Carlos Moedas em comparecer na primeira edição da Feira enquanto atual autarca da capital, e pelo seu apelo à defesa da Ucrânia, país convidado este ano.
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