A Rússia lançou uma invasão da Ucrânia por terra, ar e mar nas primeiras horas desta quinta-feira. Trata-se do maior ataque de um estado contra outro no continente europeu desde a Segunda Guerra Mundial (1939-45), confirmando as piores previsões do Ocidente.
Vladimir Putin, o presidente russo, disse que o objetivo da ação é desmilitarizar e “desnazificar” a Ucrânia.
As tropas russas entraram na Ucrânia a partir da Bielorrússia, da Rússia e do território anexado da Crimeia, segundo os serviços fronteiriços ucranianos, citados pela Reuters.
Houve, no entanto, mísseis a chegar a várias cidades ucranianas, tendo sido ouvidas explosões perto da capital, Kiev.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou aos líderes mundiais para impor todas as sanções possíveis à Federação Russa, afirmando que Putin quer destruir o estado ucraniano.
A União Europeia já anunciou novas sanções, com o congelamento de ativos russos, travando o acesso dos bancos ao mercado financeiro europeu e atingindo os “interesses do Kremlin”, dizem fontes oficiais de Bruxelas, citadas pela Reuters.
Os países do centro da Europa estão já a preparar-se para receber refugiados ucranianos. Na Moldávia, foi mesmo declarado o estado de emergência, numa altura em que dezenas de veículos faziam fila na fronteira com a Ucrânia.
A Rússia suspendeu a navegação comercial no mar de Azov, mantendo, contudo, os portos do Mar Negro abertos, segundo fontes citadas pela Reuters.
A Ucrânia entretanto pediu à Turquia para fechar os estreitos do Bósforo e Dardanelos aos navios russos.
Portugal tem hoje várias reuniões, em Bruxelas e em Lisboa, sobre este tema. Marcelo Rebelo de Sousa condenou já a operação militar da Rússia no leste da Ucrânia, declarando que constitui uma "flagrante violação do direito internacional" e manifestou "total solidariedade" para com o povo ucraniano.