Escreve o Público esta terça-feira, 26 de setembro, que o ex-presidente do Governo Regional da Madeira apresentou uma queixa ao Ministério Público contra incertos por causa de uma imagem que andou a circular nas redes sociais e em que aparecia a apelar ao voto no chega.

Na imagem, com a cara de Alberto João Jardim e logótipo da CNN, aparecia a alegada citação: “Custa-me dizer isto, mas hoje mais vale votar no Chega do que votar em Miguel Albuquerque".

A imagem chegou mesmo a ser replicada por Miguel Castro, o novo deputado do Chega no parlamento da Madeira. Este garantiu ao Diário de Notícias da Madeira que não é o autor da mesma.

A queixa contra incertos foi apresentada ao Ministério Público pelo advogado de Alberto João Jardim esta segunda-feira.

Montenegro é um "caloiro"

Em entrevista ao Público, logo após se saberem os resultados das eleições na Madeira, em que o PSD falhou a maioria absoluta, o ex-presidente do Governo Regional disse entender o discurso do líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, a vincar que não governava a região sem maioria absoluta, e considerou que Luís Montenegro está "a demonstrar ser muito caloiro".

De referir que, apesar destas declarações, Miguel Albuquerque não se demitiu, tendo o PSD chegado a um acordo de governação com o PAN.

“Sempre entendi que o que [Albuquerque] queria dizer quando falou em se demitir era ter um governo de maioria absoluta. A Madeira é um sistema parlamentar. Eu não sei o porquê de tanto barulho. É verdade que o resultado da coligação não é famoso, mas não há solução governativa neste momento sem o PSD”, vincou o presidente do Governo Regional da Madeira entre 1978 e 2015.

Apesar de ver Luís Montenegro como “uma pessoa intelectualmente honesta”, o antigo presidente do Governo madeirense considera que o líder nacional dos sociais-democratas está “a demonstrar ser muito caloiro”, não tendo tido “um discurso feliz”, porque, no entender de Jardim, nada havia para festejar.

“Não festejou coisa nenhuma porque não houve vitória. Isto foram as eleições onde todos perderam. É uma penalização do PSD e do PS. É a revolta da classe média. Esta gente está farta da falta de coragem de alterar o sistema”, vincou.

Alberto João Jardim considerou ainda que o bloco central do sistema político português deveria ter “um sentido patriótico” para alterar o sistema constitucional 50 anos depois do 25 de abril, em vez de “andarem a brincar aos partidos” com “as palhaçadas que são as propostas de revisão constitucional” entregues na Assembleia da República.

A coligação formada por PSD e CDS-PP foi a força mais votada nas eleições legislativas regionais da Madeira, no domingo, elegendo 23 dos 47 deputados, seguida do PS, que elegeu 11 deputados, tendo perdido oito face às eleições de 2019, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU, o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.

* Com Lusa