O texto, aprovado com os votos favoráveis de PSD, PS, BE, CDS e PAN, e votos contra de PCP e PEV, condena "os bombardeamentos indiscriminados na região de Ghouta e repudia a persistente violação dos direitos humanos e os crimes contra a humanidade sobre a população síria".

No período de discussão da moção, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira acusou o BE, que foi o proponente do texto, de apresentar "um voto que poderia ter sido subscrito pelo próprio Donald Trump".

Para o PCP, os Estados Unidos e os seus aliados Israel, Turquia e França têm um "objetivo de divisão da Síria, tal como fizeram no Iraque e na Líbia" e "apoiam-se uma vez mais numa gigantesca operação mediática que reproduz a propaganda de guerra".

Durante a intervenção de João Oliveira nas bancadas à esquerda deu-se uma visível acesa discussão entre o comunista Francisco Lopes e o bloquista Jorge Costa, sentado ao lado da coordenadora do BE, Catarina Martins.

Os restantes partidos - o PEV que também votou contra mas não interveio -, usaram da palavra para apoiar o voto e condenar a "série de ataques perpetrada pelas forças militares leais a Bashar al-Assad" que tem "devastado o enclave rebelde de Ghouta Oriental", conforme foi expresso no voto.

O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, disse que o Bloco não isenta "ninguém das culpas que tem na mortandade que está a existir na Síria" e que "não há ditadores bons e ditadores maus, não há ingerências externas boas ou más, não há bombas boas e bombas más".

Paulo Neves, pelo PSD, questionou como é que se cometem "crimes contra a Humanidade diariamente na Síria feitos, ou com o apoio, ou com o silêncio, de grandes potências mundiais, as mesmas que controlam o Conselho de Segurança das Nações Unidas e que vetam qualquer condenação a estes sistemáticos ataques a populações indefesas".

Na mesma linha, o socialista Paulo Pisco PS defendeu que "é preciso que as grandes potências ponham a mão na consciência e se deixem de jogos de geoestratégia" na Síria.

O líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, considerou que se trata de "atos que configuram grandes crimes de guerra, que são absolutamente inaceitáveis independentemente de qualquer responsabilidade política", argumentando que, "perante a brutalidade destes atos" nem sequer "é altura certa para falar" dessas responsabilidades.

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