A Coreia do Norte terá realizado novo lançamento de um míssil balístico, segundo escreve a Reuters, que cita a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Não são conhecidos, no entanto, mais detalhes sobre o teste, apenas que terá sido realizado numa região a norte da capital Pyongyang. Porém, a Reuters, que cita fonte da administração norte-americana, avança que as primeiras indicações sugerem que o lançamento não tenha sido bem sucedido, algo que também é reportado pela Yonhap.

“A Coreia do Norte disparou um míssil não identificado a partir de um local em Bukchang, na província de Pyeongan do Sul, à primeira hora da manhã” de sábado (hora local), informou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, em comunicado divulgado pela agência noticiosa Yonhap.

A Reuters, que cita o Comando do Pacífico dos EUA, indica que o míssil não chegou a sair do território norte-coreano e que não representa uma ameaça para os Estados Unidos.

Por sua vez, a Yonhap rectificou as informações iniciais, através de um novo comunicado, sugerindo que o míssil explodiu momentos após ter sido lançado.

As autoridades de Seul estão a analisar o tipo e a distância percorrida pelo projétil, ainda que exista a suspeita que se trate do mesmo tipo de míssil do teste fracassado no passado dia 16 de abril.

O presidente norte-americano Donald Trump já reagiu à situação através do Twitter, escrevendo que a "Coreia do Norte está a desrespeitar os desejos da China e do seu presidente, ao ter lançado esta sexta-feira, ainda que sem sucesso, um míssil. Mau!"

Este lançamento é levado a cabo numa altura em que existe uma grande tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos. Ainda na semana passada, o embaixador norte-coreano nas Nações Unidas, Kim in Ryong, terá esclarecido que este atual cenário cria uma "perigosa situação", em que uma "guerra termonuclear pode ocorrer a qualquer momento", pois caso Washington "opte por atuar militarmente, nós [Coreia do Norte] estamos preparados para reagir em qualquer situação de conflito".

Esta foi a resposta de Pyongyang às palavras do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, que durante a sua visita à Coreia do Sul, esclareceu que "todas opções estavam em cima da mesa" e que se estava a esgotar a era da "paciência estratégica".

Durante esta sexta-feira, foi noticiado que os Estados Unidos não excluíam a hipótese de um diálogo direto com a Coreia do Norte relacionado com o seu programa nuclear, segundo o secretário de Estado Rex Tillerson esclareceu em entrevista à rádio pública norte-americana NPR.

Esta notícia surge no mesmo dia em que o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, defendeu na ONU que a via do diálogo com a Coreia do Norte era "a única opção correta"  para tentar resolver a crise entre Pyongyang e Washington. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês voltou a apresentar uma proposta já sugerida anteriormente por Pequim, que indicia que os programas militares nuclear e balístico da Coreia do Norte sejam congelados. Como medida de troca, os exercícios militares entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul, consagrados num tratado de aliança, seriam descontinuados.

O teste desta sexta-feira, conduzido pelo regime de Kim Jong-un, esbarra nas pretensões da China, que mantinha a esperança de atenuar as tensões através do diálogo, algo que Tillerson esclareceu também fazer parte das intenções dos Estados Unidos.

“O nosso objetivo é o mesmo que o da China, é uma desnuclearização da península coreana”, sublinhou. “E acrescentaria rapidamente que cumprimos a nossa parte, retirámos as nossas armas nucleares da península coreana. Chegou o tempo para que a Coreia do Norte suprima igualmente as suas armas nucleares”.

“É o nosso objetivo, o nosso único objetivo”, insistiu ainda Rex Tillerson, que também disse esperar um maior controlo da China sobre o aliado norte-coreano.

Após semanas de ameaças recíprocas, designadamente a admissão por Washington de uma ação militar, a administração de Donald Trump – no poder desde 20 de janeiro – alterou recentemente a sua estratégia e parece agora privilegiar a diplomacia em detrimento da força.

Contudo, o presidente dos Estados Unidos, numa entrevista com a agência Reuters sobre os seus primeiros 100 dias à frente da Casa Branca, esclareceu que embora pretenda “resolver as coisas diplomaticamente” com a Coreia do Norte, admite que é algo “muito difícil” e que é possível que haja um “grande, grande conflito” com o regime de Kim Jong-un.

[Notícia atualizada às 01:24 com a reacção de Donad Trump ao lançamento do míssil.]