Os democratas avançaram esta segunda-feira na Câmara dos Representantes com uma acusação contra Donald Trump, o primeiro passo para a abertura formal de um segundo processo de destituição (‘impeachment’) que visa o presidente dos Estados Unidos, a quem acusam de incitamento à insurreição no Capitólio na semana passada e que causou a morte de cinco pessoas.

O processo avançou pela mão dos congressistas democratas David Cicilline, de Rhode Island, Jamie Raskin, do Maryland, e Ted Lieu, da Califórnia.

"O Presidente Trump colocou gravemente em perigo a segurança dos Estados Unidos e das suas instituições governamentais. Ele ameaçou a integridade do sistema democrático, interferiu com a transição pacífica do poder. Desta forma, traiu a sua confiança enquanto Presidente, à manifesta lesão do povo dos Estados Unidos da América", explicita o artigo, de acordo com o The Guardian.

"Por isso, Donald John Trump, com tal conduta, demonstrou que continuará a ser uma ameaça à segurança nacional, à democracia e à Constituição, se lhe for permitido permanecer em funções. Agiu de uma forma grosseira e incompatível com a autogovernação e o Estado de direito. Donald John Trump garante assim o impeachment e o julgamento, a destituição do cargo e a desqualificação para ocupar e desfrutar de qualquer cargo de honra, confiança ou lucro sob os Estados Unidos", pode ler-se ainda.

Devido ao facto de o Partido Democrata ter maioria na Câmara dos Representantes, a resolução deverá ser aprovada quando for a votos já que é necessária apenas uma maioria simples para o processo avançar para o Senado. Todavia, esta não deverá de acontecer antes da próxima quarta-feira já que o intento democrata é o de o vice-presidente cessante, Mike Pence, invoque a 25.ª Emenda da Constituição.

Republicanos bloqueiam resolução a invocar 25.ª emenda para destituir Trump

Praticamente ao mesmo tempo, os republicanos bloquearam a resolução que pede ao vice-Presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, para invocar com urgência a 25.ª emenda para destituir o chefe de Estado cessante, Donald Trump, cuja votação na plenária deverá ocorrer terça-feira. No entanto, o The Guardian enfatiza que é pouco provável que a medida seja aprovada.

O democrata Steny Hoyer, de Maryland, apresentou a resolução pedindo a Pence que invocasse a 25.ª Emenda e declarasse Trump "incapaz de executar os deveres do seu cargo", ao passo que o deputado republicano Alex Mooney, da Virgínia Ocidental, colocou-se contra a aprovação da resolução.

Pence ainda não deu qualquer indicação sobre se irá dar sequência às resoluções dos democratas, mas, se não avançar com o processo, a Câmara dos Representantes, segundo a presidente deste órgão, Nancy Pelosi, avançará para a destituição (‘impeachment’).

Trump sofreu um primeiro processo de impeachment pela Câmara em dezembro de 2019 e agora corre o risco de ser o primeiro presidente a sofrer duas acusações. O ainda presidente foi absolvido pelo Senado controlado pelos republicanos na ocasião.

Trump termina o mandato quando Joe Biden, vencedor das eleições presidenciais norte-americanas de 3 de novembro de 2020, tomar posse, a 20 deste mês.

* com agências