“Com base nos relatórios da Embaixada dos EUA e de outros observadores, dos meios de comunicação social locais, dos delegados dos partidos, dos funcionários eleitorais e das organizações da sociedade civil, o dia da votação nos 65 municípios foi, de um modo geral, pacífico, mas existem muitos relatórios credíveis de irregularidades no dia da votação e durante o processo de apuramento dos votos”, refere a embaixada dos EUA, numa nota enviada à comunicação social.

O Governo dos Estados Unidos da América pediu que as autoridades eleitorais, os tribunais locais e o Conselho Constitucional de Moçambique levem “a sério todas as queixas de irregularidades” e sejam imparciais na sua atuação.

“A Comissão Nacional de Eleições (CNE) deve garantir que todos os votos são contados de forma exata e transparente”, referiu a embaixada dos Estados Unidos da América na nota, reconhecendo a determinação com que os moçambicanos participaram no escrutínio de quarta-feira.

Para o Governo norte-americano, que acompanhou o processo eleitoral em pelo menos 12 dos 65 municípios moçambicanos, um processo eleitoral “limpo, transparente e pacífico é essencial para o futuro da democracia multipartidária” em Moçambique.

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) foi anunciada vencedora em pelo menos 49 dos 50 municípios com o apuramento dos resultados intermédios das eleições autárquicas concluído, perante a forte contestação de partidos e organizações da sociedade civil.

O presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, afirmou no domingo que o partido venceu as eleições autárquicas e não reconhece os resultados anunciados pelos órgãos eleitorais, denunciando uma “megafraude” para “manter” Filipe Nyusi e a Frelimo no poder em Moçambique, anunciando manifestações nacionais de repúdio a partir de terça-feira e o recurso aos tribunais.

As sextas eleições autárquicas em Moçambique decorreram em 65 municípios do país, incluindo 12 novas autarquias, que pela primeira vez foram a votos.