Numa entrevista hoje publicada no semanário “Le Journal du Dimanche”, Ségolène Royal disse ainda que “compete à justiça apurar a situação”.

A ministra explicou também que a abertura de uma investigação judicial à Renault “pode vir a ser seguida por outros construtores nos quais foram também detetadas anomalias” durante a investigação ordenada pelo Governo francês.

“Os controlos efetuados estavam muito acima das normas estabelecidas. É o caso de outros construtores com medidas diferentes. Admito que também possa haver outras investigações”, disse a ministra.

Ségolène Royal referiu ainda que não pode interferir na investigação judicial e que são os tribunais quem decidirão “se a Renault usou um dispositivo de manipulação” das emissões de gases poluentes “como fez a Volkswagen”.

Na sexta-feira, a Renault foi alvo de buscas relacionadas com suspeitas de fraudes ao nível das emissões poluentes, segundo informou a agência de notícias AFP.

As ações do fabricante automóvel francês Renault caíram na sexta-feira mais de 20% na bolsa de Paris, depois de os sindicatos terem feito esta revelação.

As autoridades antifraude francesas estiveram em diversos locais de produção da Renault, segundo fontes sindicais, que referiram ainda que o raide apontava para investigações relacionadas com as emissões poluentes.

“Os agentes da DGCCRF (Direção Geral da Concorrência, do Consumo e Repressão de Fraude) intervieram em vários locais da Renault na última quinta-feira”, disse uma fonte da comissão geral de trabalhadores da Renault.

O alvo da investigação foram fábricas de motores da marca francesa o que sugere, segundo o sindicato, que as buscas “estão ligadas às consequências do escândalo da Volkswagen”.

A fonte citada pela AFP referiu que as buscas ocorreram no centro de engenharia de Lardy, o centro tecnológico de Guyancourt (Yvelines), nas instalações de Plessis-Robinson e na fábrica de Boulogne-Billancourt (Hauts-de-Seine).

“Eles levaram os computadores pessoais de vários diretores”, salientou.

Um representante do sindicato, Franck Daout, explicou que na quarta-feira a administração foi questionada pela estrutura sindical sobre o assunto, mas não obtiveram qualquer resposta.

No seguimento do escândalo da manipulação das emissões poluentes na Volkswagen, a Renault informou em dezembro passado que iria investir 50 milhões de euros para aproximar as emissões nos testes com a condução real.