
8 de junho, Dia Mundial dos Oceanos, uma data sob a égide das Nações Unidas, que este ano escolheu trazer as questões de género para o centro do debate, para que se possam descobrir "maneiras de promover a igualdade" em atividades relacionadas com os oceanos, tal como investigação científica, pesca ou migrações.
Em Portugal, um pouco por todo o país, neste dia limpam-se praias e alerta-se para os perigos que os oceanos enfrentam.
O objetivo de uma ação de limpeza marcada para a manhã deste sábado, no Porto, é cobrir 2,7 quilómetros entre a praia das Pastoras e a praia do Castelo do Queijo, com escolas, associações, empresas e escuteiros. Nas margens do estuário do Sado, cerca de 100 alunos de escolas locais irão limpar e fazer a campanha por "mariscar sem lixo", com a participação de mulheres das comunidades piscatórias. Na praia de São Jacinto, em Aveiro, serão os escuteiros entre 10 e 14 anos a promover a recolha do lixo e a participar em várias atividades didáticas. Nas praias de Odeceixe, Arrifana e Amoreira, no concelho de Aljezur, o alvo da principal da ação de limpeza promovida será o plástico, tal como no município de Mira. O cenário repete-se em praias de todo o mundo, do Brasil à Califórnia, de Angola a Moçambique, numa tradição iniciada a partir da Cimeira da Terra de 1992, que se realizou no Rio de Janeiro.
Mas que oceanos são estes? Factos, curiosidades e alertas
O tamanho e a profundidade
Os oceanos cobrem cerca de 70% da superfície do planeta Terra, ocupando 361,9 milhões de quilómetros quadrados, mas mais de 90% estão por conhecer e explorar.
Toda a água da Terra tem uma massa de 1,4 quintiliões de toneladas, mas apenas 3% por cento é água doce.
O ponto mais profundo dos oceanos fica na fossa das Marianas, no oceano pacífico, a 10,994 metros de profundidade.
A profundidade média dos oceanos é de cerca de 4.000 metros.
O oceano "português”
Portugal tem mais de 2.100 quilómetros de costa, entre o continente e as regiões autónomas.
A zona económica exclusiva de Portugal cobre mais de 1,6 milhões de quilómetros quadrados de oceano.
O projeto de extensão da plataforma continental de Portugal prevê o aumento do oceano “português" para 3,8 milhões de quilómetros quadrados
Biodiversidade
O censo da vida marinha feito ao longo de dez anos, concluído em 2010 e reunido no Sistema de Informação Biogeográfica Oceânica, contabilizou mais de 124 mil espécies.
Na lista das 27 mil espécies mais vulneráveis do planeta compilada pela União Internacional para a Conservação da Natureza, crustáceos, tubarões, raias e corais estão entre as que têm mais referências como estando ameaçadas de extinção, com perto de um terço das entradas em situação de ameaça.
O consumo humano de peixe leva à sobrepesca num terço das reservas exploradas comercialmente, estimam as Nações Unidas.
Os oceanos como depósitos de dióxido de carbono (CO2)
Os oceanos já absorveram quase metade de todo o dióxido de carbono produzido pela atividade humana desde o século XIX, impedindo que a atmosfera fique ainda mais quente, mas o ritmo a que conseguem continuar a guardar este gás responsável pelo efeito de estufa tem vindo a diminuir.
O processo de absorção de CO2, que envolve os ventos e a temperatura, não é ainda totalmente entendido, mas quanto mais dióxido de carbono é absorvido, mais ácida se torna a água, o que é fatal para formas de vida como corais, à volta dos quais se formam ecossistemas complexos, ou moluscos, cujas conchas à base de carbonato de cálcio ficam mais frágeis.
A muito longo prazo, à escala de dezenas de milhares de anos, os oceanos acabarão por absorver quase todo o dióxido de carbono decorrente da atividade humana.
A ameaça do plástico
Uma das principais ameaças que os oceanos enfrentam são os cerca de oito milhões de toneladas de plástico que vão parar ao mar todos os anos, ao ritmo de um camião cheio por minuto.
A esse ritmo, a quantidade de plástico nos oceanos em 2050 deverá pesar mais do que todos os peixes juntos.
Ao longo do tempo, o plástico vai-se fragmentando em pedaços cada vez mais pequenos que chegam até profundidades de vários quilómetros.
O plástico é indistinguível do alimento para muitas espécies, que acabam por morrer à fome porque os seus sistemas digestivos ficam repletos de plástico, enquanto os fragmentos de plástico chegam também à dieta humana por via dos peixes que se consomem.
Mar e Oceano são uma e a mesma coisa?
Não. No mundo encontramos cinco oceanos, sendo eles o Índico, Pacífico, Atlântico, Glacial Ártico e Glacial Antártico. A principal diferença entre os mares e os oceanos está na sua extensão territorial. Os primeiros são menores, menos profundos e limitados ou cercados por continentes e estão ligados aos oceanos. Existem mares abertos, continentais e fechados. Já os oceanos cercam os continentes e todas as massas de terras emersas, são maiores e mais profundos.
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