Ofer Calderon, de 52 anos, estava na Faixa de Gaza, a 7 de outubro, por razões humanitárias, quando foi raptado pelo Hamas, a exemplo dos seus dois filhos.

O agora cidadão português requereu a dupla nacionalidade em 2021, mas, antes de ter sido raptado, não a tinha ainda garantido. O cativeiro, contudo, acelerou o processo, como o próprio Governo assumiu no mês de outubro. “Situações excecionais merecem decisões excecionais. Nós estamos neste momento a avaliar com a máxima rapidez possível a situação para podermos responder", afirmou na altura a Ministra da Justiça, Catarina Sarmento.

Em poucos dias, no entanto, Ofer garantiu então o direito a ser português e esta celeridade estará acompanhada do facto do Hamas estar a libertar mais facilmente cidadãos com a dupla nacionalidade. Para exemplo, as primeiras reféns libertadas foram as norte-americanas Judith Tai Raanan e Natalie Shoshana Raanan, mãe e filha, com... dupla nacionalidade.

E já esta segunda-feira foi a vez dos filhos de Ofer, de 12 e 16 anos, que também tinham sido raptados, terem sido libertados pelo movimento islamita palestiniano. Ambos não têm nacionalidade portuguesa, mas gozam de outra dupla nacionalidade, concretamente a franco-israelita, pois a mãe de ambos é de ascendência francesa.

O processo de Ofer Calderon terá demorado cerca de duas semanas, após o seu rapto, como escreveu na altura o jornal Público. O agora cidadão português requereu a dupla nacionalidade ao abrigo da lei dos sefarditas, que permite a naturalização de descendentes dos judeus que receberam ordem de expulsão da Península Ibérica no final do século XV, e espera agora que esta medida o ajude na sua libertação.

De acordo com os seus familiares, o processo demorou um pouco mais, isto após a celeridade na resposta do governo português em acelerar a dupla nacionalidade. Posteriormente o seu documento teve de ser traduzido em Israel, que depois o fez chegar ao Hamas.