“É claro que [a NATO] é uma ameaça para nós”, disse aos jornalistas o porta-voz da Presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, assegurando que “estão constantemente a ser tomadas medidas adequadas” de resposta.

Peskov disse que durante décadas, a NATO “tem vindo a deslocar constantemente infraestruturas” para as fronteiras russas, numa alusão do alargamento da organização ao Leste, um dos argumentos russos para a invasão da Ucrânia há quase dois anos.

“A NATO é um instrumento de confrontação”, afirmou Peskov, citado pela agência francesa AFP.

A NATO, sigla do nome inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte, iniciou na semana passada a maior simulação de combate desde a dissolução da União Soviética, em 1991, que marcou o fim da Guerra Fria.

Denominado “Steadfast”, o exercício começou no nordeste dos Estados Unidos e envolverá meios dos 31 países da NATO, bem como da Suécia, que aguarda a aprovação da Hungria para integrar a organização.

O exercício envolverá cerca de 90.000 soldados de ambos os lados do Atlântico.

Vai testar, entre outros objetivos, a capacidade da Aliança de mobilizar e transportar rapidamente tropas norte-americanas para “reforçar a defesa da Europa”, segundo a NATO.

As manobras assumirão a forma de um cenário de conflito contra um “adversário de dimensão comparável”, segundo a terminologia da Aliança, que se refere à Rússia sem a nomear.

Participarão no exercício cerca de 50 navios de guerra, 80 aviões e 1.100 veículos de combate.

As relações já difíceis entre a NATO e a Rússia tornaram-se extremamente tensas desde a ofensiva das tropas russas em solo ucraniano, em 24 de fevereiro de 2022.

Antes da invasão, Moscovo exigiu que a NATO se comprometesse, sob a forma de tratado, a não aceitar a adesão da Ucrânia e da Geórgia, bem como a recuar forças para as posições anteriores ao alargamento. As duas exigências foram recusadas.

Em resposta à ofensiva russa, a Finlândia tornou-se o 31.º membro da Aliança em abril de 2023, enquanto a Suécia se aproximou da adesão nos últimos dias, após a “luz verde” da Turquia, aguardando a ratificação da Hungria.

Ucrânia, Geórgia e Bósnia-Herzegovina são países aspirantes à adesão. Portugal é um dos 12 membros fundadores da NATO, que foi criada em 1949.