Os dados dão conta de uma “agudização da crise humanitária na Venezuela” e de que, em apenas um mês, ocorreram 714 protestos e 141 saques ou tentativas de saqueio.

“Esta cifra equivale a 24 protestos diários no país e, em comparação com igual mês do ano passado, representa um aumento de 86%”, explica o relatório sobre Conflituosidade Social na Venezuela, em janeiro de 2018.

Segundo o OVCS, “89% dos protestos tiveram como eixo central a exigência de direitos económicos, sociais, culturais e ambientais” e os resultados “são os mais altos registados durante um mês”.

Os protestos dividiram-se em cinco tipos, “por alimentos e medicamentos”, “com saques ou tentativa, diversos e espontâneos e com bloqueios de ruas como principal modalidade”.

“A insegurança alimentar na Venezuela, caracterizada pela falta de abastecimento, escassez e carestia de produtos, manteve-se em janeiro e (…) liderou o índice de mobilizações e ações de rua no país”, explica o comunicado.

Segundo o OVCS, “dos 714 protestos registados, 287 tiveram que ver que a crise alimentar” o que “representa um aumento de 199% com relação a janeiro de 2017″ e “representam, em média, quase dez protestos diários”.

O relatório precisa, ainda, que “a crise humanitária se agudiza na Venezuela e se expressa permanentemente nas ruas. Os cidadãos estão desesperados perante a impossibilidade de satisfazer as suas necessidades básicas, principalmente [nos setores da] alimentação e saúde”.

“Em janeiro, o OVCS observou que mais pessoas procuram comida nas ruas, nos resíduos e bolsas de lixo”, acrescenta.

Por outro lado, foram ainda “documentados casos em zonas rurais em que populares invadiram fazendas e desmembraram gado para obter carne”.

“De maneira atípica, doentes e familiares bloquearam ruas ao redor de centros de saúde para exigir medicamentos e equipamentos [médicos]. Aumentaram diariamente os reportes de pessoas falecidas devido à falta de medicamentos”, adianta o relatório do Observatório.

O OVCS documentou, ainda, um aumento, em janeiro último, do ” êxodo massivo de venezuelanos através das fronteiras terrestres, principalmente com o Brasil e a Colômbia, situação que tende a agravar-se à medida que os dias passam, perante a insatisfação de necessidades básicas e degradação da qualidade de vida”.

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