"A pior maneira de encarar a política económica é começar a pensar em função de resgates. Um resgate deve ser hipótese de excluir. Primeiro por nós próprios e depois porque nem sequer sabemos se estaria assegurado se nós quiséssemos o resgate, mas penso que ninguém o quer", afirmou Teodora Cardoso.

A economista respondia a questões colocadas pelos jornalistas à margem da apresentação da atualização do relatório 'Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2016-2020", no qual o CFP projeta um crescimento económico de 1% e um défice orçamental de 2,6% este ano, aquem das metas do Governo, num cenário sem novas medidas.

"Portanto o que temos de pensar é o que é que temos de fazer para que não haja resgate", sublinhou.

Numa entrevista à cadeia de televisão norte-americana CNBC, divulgada no início desta semana, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse que a sua “principal tarefa” é evitar um cenário de resgate.

Na terça-feira, a agência de ‘rating’ Moody’s considerou que a possibilidade de um novo resgate é “baixo”. Na quarta-feira, foi a vez da agência canadiana DBRS, a única que atribui grau de investimento à dívida portuguesa, que considerou - em declarações à SIC- que não há necessidade de um novo programa.

Depois, foi a vez do primeiro-ministro, António Costa, garantir que um eventual novo resgate "não se justifica, não há nenhuma razão substantiva para que aconteça, nem de execução orçamental, nem de evolução da dívida, nem de sistema financeiro. É verdadeiramente a não notícia de que se tem falado".