A Rússia também tem armas para atingir o Ocidente
Edição por Beatriz Cavaca
“Nós também temos armas capazes de atingir alvos no vosso território”, afirmou Putin, no seu discurso anual perante a Assembleia Federal, em Moscovo.
Este escalar na agressividade das palavras do líder russo chega numa altura em que Moscovo tem acusado os aliados ocidentais da Ucrânia de estarem a fornecer armas a Kiev capazes de atingir alvos no interior da Federação Russa.
Para Putin, as alegações de que a Rússia pretende atacar a Europa são disparatadas, mas advertiu a NATO de que as consequências serão desastrosas se enviar tropas para a Ucrânia, segundo a agência espanhola EFE.
Estas declarações surgem depois do presidente francês Emmanuel Macron ter admitido recentemente a possibilidade do envio de tropas ocidentais para a Ucrânia para ajudar a combater a invasão russa, algo que os parceiros da NATO rejeitaram.
O governante francês referiu, numa reunião de alto nível que o próprio convocou em Paris, esta segunda-feira, e na qual Portugal esteve representado pelo primeiro-ministro, António Costa, que foi decidido avançar com “uma economia de guerra” e “criar uma coligação para ataques profundos e, portanto, mísseis e bombas de médio e longo alcance”.
Ainda antes do encontro, o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, avançou que alguns países ocidentais estão a considerar acordos bilaterais para enviar tropas para a Ucrânia.
Sobre o envio de armas, Macron esclareceu, na altura, que: "Não há consenso hoje para enviar tropas terrestres de forma oficial, assumida e endossada. Mas dinamicamente, nada deve ser excluído. Faremos tudo o que for necessário para garantir que a Rússia não possa vencer esta guerra", explicou o Presidente francês, citando uma “ambiguidade estratégica" que aceita.
"Não disse de todo que a França não era a favor disso”, vincou ainda
O primeiro-ministro português assegurou, depois do encontro, que “não há nenhum cenário em que essa questão se tenha se tenha colocado”, para o envio de tropas por países da NATO e comparou a invasão russa da Ucrânia à ocupação de Timor-Leste pela Indonésia, afirmando esperar que o direito internacional prevaleça no território.
Acrescentou ainda: “Nem vejo que qualquer país da NATO o deva fazer e, sobretudo, são decisões que a serem tomadas terão que ser tomadas coletivamente, porque numa Aliança de defesa coletiva a geração de riscos é também do interesse comum de todos, mas não foi tema” nesta reunião em Paris.
*com Lusa
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