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Newsletter diária • 16 mai 2023

 
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A viagem da vida de Zelensky

 
 

Enquanto o Ministério da Defesa da Ucrânia anunciava que o exército ucraniano havia alcançado "um primeiro êxito", na ofensiva em Bakhmut, leste da Ucrânia - onde se trava a batalha mais prolongada desde a invasão russa de 2022 -, Zelensky fazia o seu périplo europeu, de forma a que a guerra não sature aqueles que não a vivem, nem que a normalizem.

A estratégia que o Presidente ucraniano adotou, e segue há 14 meses, tem resultado e esta visita não foi diferente. Depois de ter jantado com Macron, França assegurou treinar e equipar vários batalhões ucranianos com “dezenas de veículos blindados e tanques ligeiros, entre os quais os AMX-10RC”. Macron usou o momento para salientar que está ao lado da Ucrânia, “a estratégia da França é simples: ajudar a Ucrânia a resistir, organizar, quando quiser, uma contraofensiva para poder trazer todos de volta à mesa de negociações e nas condições que ela escolher, para construir uma paz duradoura”. E sem prometer as tão esperadas aeronaves, salientou que está a reunir “esforços no apoio à capacidade de defesa antiaérea da Ucrânia”, e abriu a possibilidade de formar pilotos ucranianos de aviões de combate.

O Reino Unido foi o apeadeiro onde Zelensky teve mais sucesso. Já na semana anterior Inglaterra, o segundo maior fornecedor de ajuda militar à Ucrânia, havia fornecido mísseis de longo alcance. Ontem Sunak anunciou uma nova ajuda, que contém centenas de mísseis de defesa aérea e mais sistemas não tripulados, incluindo centenas de novos 'drones' de ataque com um alcance de mais de 200 km.

O Primeiro-Ministro britânico lembrou a posição do país que lidera, "este é um momento crucial na resistência da Ucrânia a uma terrível guerra de agressão, que não escolheram nem provocaram. Não podemos decepcioná-los. Interessa a todos que a Ucrânia tenha sucesso e que a barbárie de Putin não seja recompensada".

Sabe-se que a maior luta de Zelensky é conseguir um aliado que lhe forneça caças, para a resistência ucraniana. Ontem, Rishi Sunak não incluiu os caças no pacote de ajuda, mas adiantou que os dois estão "a debater como reforçar essa capacidade de combate aéreo. Não só o envio de aviões, mas também o treino. O Reino Unido pode ter um grande papel nisso". Aquele país assegura já a formação básica de pilotos ucranianos.

Dias antes do Conselho Europeu António Costa também se mostrou firme na posição que tem tido desde o primeiro momento da invasão, e na Islândia disse entender “que é preciso dar espaço para que a paz possa surgir nos termos que a Ucrânia venha a definir. Há algo que importa não esquecer: Quem é vítima da agressão é a Ucrânia e é a Ucrânia que tem legitimidade para definir os termos e o momento para sentar-se à mesa e negociar a paz”.

Regressando à Ucrânia, no meio do pesadelo os ucranianos têm um motivo de festejar, “apesar da guerra, a economia [ucraniana] tem-se mostrado resistente”, adianta Bruxelas. E até há possibilidade de crescer em 2024.

Não obstante “a deslocação da população, a fraca atividade empresarial e a grave contração da produção nas regiões em que o combate está ativo resultaram numa inflação elevada e no aumento do desemprego”, e “os ataques russos à rede elétrica no final de 2022 e no início de 2023 destruíram ou danificaram gravemente metade das infraestruturas elétricas”. A economia do país mostrou “uma resiliência mais forte do que o esperado das infraestruturas energéticas críticas e iniciativas de solidariedade de apoio a uma assistência substancial”.  O que para a Comissão Europeia significa a possibilidade de “uma ampla estabilização da produção económica em 2023. O que é positivo para as ambições europeias da Ucrânia.

Dos céus da Ucrânia para os portugueses, também o problema parece ser a falta de meios aéreos, e a origem a guerra na Ucrânia. Se em abril, o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) contabilizava 34 meios aéreos para o período de 15 a 31 de maio, sabe-se agora que apenas garantidos 23 meios aéreos. O Ministro Da Administração Interna justifica com a Guerra, “os meios aéreos são escassos a toda a Europa”, mas José Luís Carneiro garante que está a fazer tudo o que pode para conseguir contratar mais meios”.