As "tendências" da Saúde para este Outono-Inverno
Edição por Alexandra Antunes
Normalmente, por estas alturas, fala-se do regresso às aulas e das compras necessárias. Consequentemente, é preciso vestir os miúdos com roupas mais quentes e ver se os casacos guardados no roupeiro ainda servem ou se é preciso ver o que dita a coleção outono-inverno deste ano. A cada vez que as folhas começam a cair, chegam também as memórias do frio que está para vir. E do pouco que falta para o Natal, que num ano normal permitiria juntar a família ao redor da mesa.
Este ano, contudo, o outono-inverno traz outra moda. A pandemia não se foi embora e temos de conviver com ela num tempo que, por si só, já tem os seus desafios (olá gripe, olá infeções respiratórias e companhia). Para ajudar a organizar tudo, foi hoje apresentado o Plano de Saúde para o Outono-Inverno 2020-21.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, apresentou o plano na conferência de imprensa sobre a covid-19, referindo que este "visa dar resposta não só à pandemia, mas a todas as necessidades em saúde da população".
Segundo o documento divulgado esta manhã, as atenções dividem-se em dois aspetos: o que não está relacionado com a pandemia — e que não se pode esquecer que continua a existir — e a covid-19 em si. Existem, assim, duas grandes "tendências" a seguir.
Tendência 1: A ‘task-force’ de resposta "não-covid-19"
A constituição da ‘task-force’ de resposta a tudo o que não é covid-19, que engloba elementos de cada Administração Regional de Saúde, será um "importante contributo para enfrentar os desafios identificados para o Outono-Inverno, designadamente na resposta assistencial, nivelando a discussão com as estruturas e medidas implementadas para a resposta à pandemia".
Esta estrutura irá definir e assegurar a execução de um plano de contingência para a adaptação da atividade programada "não-covid-19", segundo "critérios clínicos, de qualidade e segurança, e de gestão eficiente, adaptáveis a nível local" — e considerando atendimento presencial e não presencial.
Desta forma, devem continuar a ser asseguradas as atividades relacionadas com a vigilância de doentes crónicos, os rastreios oncológicos, os rastreios da visão, os programas de saúde materna, infantil, vacinação, planeamento familiar, saúde oral, bem como todas as outras atividades essenciais. Afinal, só a manter a normalidade possível se consegue "assegurar o acesso a cuidados de saúde de qualidade e diminuir a morbimortalidade em Portugal".
Tendência 2: Agir rápido (e bem) em casos de covid-19"
A definição de uma estratégia nacional para a realização de testes laboratoriais que faça "a rápida separação" de doentes com covid-19 dos restantes pacientes é uma das medidas do Plano de Saúde Outono Inverno 2020/21.
O motivo, esse, é o óbvio. "A circulação do vírus da gripe, vírus sincicial respiratório e outros vírus respiratórios sazonais no outono-inverno, em simultâneo com o SARS-CoV-2" vai complicar tudo, pelo que é preciso fazer "o diagnóstico diferencial dos sintomas respiratórios infecciosos, que concretize a rápida separação de doentes com covid-19 dos restantes doentes".
Esta estratégia deve ser alvo de “um acompanhamento científico qualificado, rigoroso e permanente, de forma a integrar atempadamente, verificado o cumprimento dos requisitos de certificação e validação, a utilidade clínica de outros testes", explica a DGS.
Na prática, existem diferentes tipos de testes laboratoriais para SARS-CoV-2 conforme o seu fim — testes rápidos com resultados em menos de 60 minutos e testes com resultados disponíveis em 24 horas.
"Neste âmbito, serão equacionadas respostas de proximidade, nomeadamente a realização de testes laboratoriais para SARS-CoV-2 ‘point-of-care’ que permitam tomar decisões rápidas de separação, isolamento e contenção dos casos de covid-19", adianta o plano.
A aliar aos testes necessários para a deteção de novos casos, as autoridades de saúde lembram ainda que a utilização de máscara é moda a manter — "para pessoas com mais de 10 anos, em espaços públicos fechados" e "em qualquer espaço aberto ou fechado sempre que não esteja garantido o distanciamento físico mínimo de 2 metros" —, bem como a vacinação contra a gripe sazonal, que foi adaptada ao atual contexto epidemiológico.
Quanto às máscaras, a Diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, veio também dizer que "não houve uma mudança de opinião", houve sim "uma postura evolutiva" em função do que é a avaliação do risco, anunciando que irá sair nos próximos dias uma orientação com esta recomendação: "quando uma pessoa no exterior [em sítios movimentados] não conseguir manter a distância física recomendada, deverá utilizar máscara".
Todavia, este plano não fica gravado na pedra e a qualquer momento tudo pode mudar. Considerando que a pandemia é desconhecida e pode ver a sua dinâmica alterada, o documento vai ser alvo de revisão e atualização bimestral, pelo que nos próximos meses podemos ter de nos adaptar a outras modas para manter a segurança no dia-a-dia.
Um dos problemas na tarefa de tratar a informação sobre a pandemia é a saturação. Todos estamos fartos de más notícias e, talvez pior, de incertezas. Se alguém diz que a vacina está a chegar, vai logo para o topo das notícias. Se há um retrocesso na pesquisa, é o pessimismo que sobe. Há quem diga que a vacina chega em 1 de novembro (Trump tem eleições dois dias depois); há quem garanta (Fauci, o nº 1 da Saúde nos EUA) que o problema SARS-CoV-2 não se resolve antes do Natal, mas o do ano que vem. A realidade mostra-nos que estamos perante um assunto que tem importância transcendente, para cada um de nós e para todo o mundo. Continuar a ler
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