Começa hoje a nova série de certificados de aforro
Edição por Beatriz Cavaca
Depois de uma corrida desenfreada aos certificados de aforro, o governo decidiu terminar com a emissão da "Série E" e criar uma nova série de certificados de aforro, a 'F', que tem início esta segunda-feira.
Esta nova série será bem diferente da anterior, nomeadamente no que diz respeito à taxa de juro aplicada.
No momento em que o Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) cancelou a emissão de certificados de aforro da Série E, estes podiam ser adquiridos com uma taxa de juro de 3,5%, algo que irá contrastar com apenas 2,5% na nova série. A taxa “corresponde à média dos valores da Euribor a três meses observados nos 10 dias úteis anteriores, sendo o resultado arredondado à terceira casa decimal”, segundo o site do IGCP. Nesta nova série, a taxa não poderá ser inferior a 0% nem superior a 2,5%.
A partir do segundo ano, será pago um prémio de permanência, que acresce à taxa base. O prémio começa em 0,25% entre o 2.º e o 5.º anos de subscrição e “permite atingir 1,75% adicionais à taxa base nos últimos 2 anos do prazo máximo de subscrição”.
O valor mínimo para subscrição dos certificados de aforro desta série mantém-se nos 100 euros, com o valor máximo agora limitado a 50.000 euros. Porém, o prazo máximo de investimento passa de 10 anos para 15 anos.
Além disso, o montante máximo ascende aos 250.000 euros caso seja acumulado o capital investido na série F com o valor dos certificados da série E.
Apesar da especulação inicial e divergência de opiniões, o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, em declarações aos jornalistas, respondendo a críticas de partidos da oposição, nomeadamente o PCP e o Bloco de Esquerda, clarificou este sábado que "houve zero cedência à banca" nesta decisão.
Disse ainda que o instituto de gestão da dívida pública portuguesa “tem feito um enorme esforço para acomodar a procura de subscrição de certificados que temos tido”, relembrando que o planeado para este ano inteiro era obter cerca de 3,5 mil milhões e neste momento já se chegou aos “10 mil milhões em essencialmente cinco meses, o que é absolutamente extraordinário”.
Além disso, sustentou, “também havia a necessidade de adequar a taxa de remuneração dos certificados com o nível de remuneração dos restantes financiamentos da República”.
Em janeiro, o valor aplicado em certificados de aforro atingiu o máximo desde 1998, ascendendo a 22.534 milhões de euros, segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
Deixo-me ficar a ver televisão e, por causa duma série norte-americana, lembro-me duma bandeira espanhola com símbolos portugueses. As nossas cabeças são máquinas complicadas. Continuar a ler