Defesa de Rendeiro pede libertação sob fiança
Edição por Rita Sousa Vieira
A defesa de João Rendeiro pediu hoje a sua libertação sob fiança. O pedido surge depois do adiamento da audiência.
João Rendeiro deslocou-se esta manhã ao tribunal de Verulam, nos subúrbios de Durban, mas só esta terça-feira é que será presente perante um juiz pela primeira vez desde que foi detido no sábado.
"Chegou cedo, está aqui sob nossa custódia", referiu fonte do tribunal à Lusa, onde as audiências arrancaram pelas 09:00 (07:00 em Portugal).
O ex-banqueiro tem estado detido na esquadra de polícia de North Durban, a cinco quilómetros do hotel onde foi intercetado no sábado. João Rendeiro estava fugido à justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena.
O ex-presidente do extinto Banco Privado Português (BPP) foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do banco, tendo o tribunal dado como provado que João Rendeiro retirou do banco 13,61 milhões de euros.
"O azar de João Rendeiro foi haver eleições em janeiro”
O presidente do PSD, Rui Rio, sugeriu este domingo que a realização de eleições legislativas em 30 de janeiro influenciou a detenção do ex-banqueiro.
“O diretor da PJ deu uma conferência de imprensa de manhã. Depois esteve na RTP às 13h, na CMTV às 17h, na CNN às 19h e, exibindo o seu dom da ubiquidade, conseguiu estar às 20h, ao mesmo tempo, na SIC e na TVI. Pelos vistos, o azar de João Rendeiro foi haver eleições em janeiro”, publicou Rui Rio no Twitter.
A posição do líder social-democrata diverge dos elogios que foram feitos à Polícia Judiciária ao longo do espetro político-partidário, pelo primeiro-ministro, António Costa, pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, pela coordenadora do BE, Catarina Martins, pela direção do Chega e pelo presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo.
Sobre a associação feita entre a detenção de João Rendeiro e a aproximação das eleições legislativas, Marcelo Rebelo de Sousa refutou e considerou que quem a faz não conhece o que é uma investigação criminal e as dificuldades que implica quando atravessa fronteiras e países.
“É não ter noção que implica tantas diligências e processos complicados envolvendo países que são soberanos e com as suas autoridades judiciárias e, portanto, não se faz de um momento para o outro”, ressalvou.
“Penso que foi um momento importante para a justiça portuguesa, para a confiança dos portugueses na justiça, confiança dos portugueses nas instituições que mandam, confiança dos portugueses na democracia e, nesse sentido, foi muito positivo porque mostrou que ninguém está acima da lei”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas à saída do XXV Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), em Aveiro.
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