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Newsletter diária • 11 set 2021

 
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Entre 1989 e 2001 fomos felizes e não sabíamos

 
 

José Couto Nogueira chegou a Lisboa, depois de quase uma década a viver em Nova Iorque, em 1989. O ano em que caía o muro de Berlim, o ano de todos os novos princípios para a Europa e para um mundo que tinha nos Estados Unidos e na Europa seu centro nevrálgico.
Simone Duarte chegou a Nova Iorque em 1998, quando a América discutia o caso do então presidente Bill Clinton e de Monica Lewinski e dois anos antes de George W. Bush ganhar as eleições a Al Gore numa eleição envolta em polémica.

Era um mundo diferente, e uma América diferente, aquela que os dois jornalistas conheceram antes de 11 de setembro de 2001, dia em que um deles, José Couto Nogueira, viu o fim da história a acontecer em direto pela televisão em Lisboa, e outro, Simone Duarte, estava a poucos quilómetros do World Trade Center, no sítio onde a história acabava como a conhecíamos.

São estes dois nomes que Francisco Sena Santos sentou à mesa no estúdio para, à boleia do livro publicado por Simone Duarte, "O Vento Mudou de Direção", traçar o retrato do que foi, do que deixou de ser e – tentativamente – do que podemos imaginar que seja, hoje, 20 anos depois, quando a Europa e os Estados Unidos são cada vez menos o centro do mundo. Uma conversa que passa precisamente por relatos daqueles que vivem no outro lado do mundo, nomeadamente no Afeganistão, no Iraque e no Paquistão, e para quem o 11 de setembro nunca acabou.

 
 

O dia em que o mundo mudou

 
 

Eram 08:46 em Nova Iorque (13:46 em Lisboa) quando se deu aquilo que parecia um acidente: um avião chocou com a Torre Norte do World Trade Center, em Manhattan. Pouco depois, às 09:03, seguiu-se um segundo avião que embateu contra a Torre Sul. O que inicialmente parecia um acidente dá lugar às suspeitas de um ataque terrorista.

Às 09:37 um terceiro avião choca contra o Pentágono e a dúvida começa a dar lugar à certeza de que se estaria perante um ato de terrorismo, orquestrado para aterrorizar não só a América, mas o mundo, que acompanhava em direto.

Num outro local, em Shanksville, Pensilvânia, os relógios marcavam 10:03 quando um quarto avião se despenhou a 20 minutos de voo de Washington – presume-se que o alvo seria o Capitólio ou a Casa Branca –, depois de os passageiros e a tripulação terem contra-atacado os sequestradores.

Nenhuma das pessoas a bordo dos quatro aviões sobreviveu.

A tragédia, porém, não ficou por aqui: em meia hora (entre as 09:59 e as 10:28) as Torres Gémeas colapsavam e Manhattan era engolida por uma nuvem de cinzas e detritos.

O ataque de 11 de setembro de 2001 destruiu um dos símbolos da América, num atentado que matou 2.977 pessoas em três locais diferentes. Destas pessoas, 2.753 morreram no local que, dez anos depois, deu lugar ao “Ground Zero”, um memorial que hoje ocupa o lugar onde em tempos estavam as duas Torres.

Num parque na Pensilvânia, uma torre de 28,3 metros, a Torre das Vozes – que tem um sistema de quarenta sinos que ressoam com o vento – homenageia o heroísmo altruísta dos 33 passageiros e sete membros da tripulação do Boeing 757 do voo 93 da United Airlines que se despenhou, evitando a colisão com o alvo em Washington.

20 anos depois as imagens dos ataques continuam a ser um marco na memória mundial e na história.