FC Porto - SL Benfica. Aqui, só um pode sobreviver
Edição por Tomás Albino Gomes
No espaço de uma semana vamos assistir a dois clássicos entre FC Porto e SL Benfica. E se o resultado do jogo do próximo dia 30 de dezembro, às 21h00, no estádio do Dragão, a contar para a jornada 16 do principal escalão do futebol português é passível de ser corrigido ou minimizado pelo desempenho nas 18 jornadas que ainda faltam para o final do campeonato português, o jogo de hoje, a contar para a Taça de Portugal, tem um caráter definitivo.
E não, não é só um caráter definitivo no futuro de Jorge Jesus à frente do clube da Luz, apesar de esse ter vindo a ser o principal tópico de discussão nos últimos dias. Aliás, não deixa de ser curioso que este tenha sido um dos emblemáticos encontros entre os dois grandes rivais que menos se discutiu futebol propriamente dito.
O primeiro tema em redor deste jogo foi o facto de nem Sérgio Conceição, nem Jorge Jesus virem a estar a comandar a equipa a partir do banco de suplentes, castigados pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, uma suspensão que tem sido criticada pela discrepância temporal em que é aplicada em relação ao período em que aconteceu a infração. Assim, no banco dos Dragões vai estar o adjunto de Conceição, Vítor Bruno, e no das Águias o adjunto de Jesus, João de Deus.
Seguiu-se o tema Flamengo/JJ com uma notícia a dar conta de que o técnico português estaria de saída do Benfica e que já tinha os pormenores acertados com o clube do Rio de Janeiro, estando agora a negociação a ocorrer entre os dois emblemas. Em pouco tempo, os encarnados em comunicado e João de Deus na conferência de imprensa de antevisão do encontro de hoje, desmentiram qualquer acordo para a saída de Jesus, confirmando que o português se encontrou com "amigos" do clube que treinou em 2019 e com o qual conquistou o Brasileirão e a Libertadores, mas que pretendia ficar e conquistar títulos em Lisboa.
Sobre futebol? Pouco. Mesmo que estejamos perante resultados que podem ser definitivos no futuro de Jorge Jesus no Benfica, numa equação independente do Flamengo, determinante para a relação com os adeptos e para o sucesso desportivo das águias na atual época, depois de uma temporada com demasiado investimento e zero taças. Pouco futebol mesmo perante um Porto ainda numa ressaca, que vai ecoar ao longo da época, depois da queda da Liga dos Campeões para a Liga Europa de uma equipa que já não está habituada a cair para esta competição. Fala-se pouco de futebol mesmo quando vamos ter frente a frente os dois melhores marcadores da liga Darwin Núñez (13 golos) e Luis Díaz (12 golos), mesmo quando os clubes que no século XXI, em conjunto, venceram 18 campeonatos se vêm completamente suplantados em qualidade de jogo, ideia de jogo e resultados pelo Sporting CP, clube cuja sina lhe parecia afastar das conquistas.
Este será o 248.º jogo oficial entre os dois rivais em todas as competições, num despique em que os Dragões têm supremacia, globalmente com mais nove vitórias, apesar de as Águias terem melhor registo na Taça, com mais triunfos (21 vitórias, cinco empates e 10 derrotas) e mais troféus (26).
Num encontro em que o setor defensivo ainda gera dúvidas, o central Pepe tem estado em recuperação a um traumatismo na perna direita, e no Benfica, que não tem o internacional brasileiro Lucas Veríssimo, existe a dúvida se Jesus mantém André Almeida ao lado de Otamendi e Vertonghen, espera-se que que haja poucas poupanças de lado a lado. Afinal, isto é a Taça e só um pode sobreviver.
O futebol, esse, vai falar na primeira pessoa no relvado do estádio do Dragão às 20h45, num jogo que vai ser transmitido em canal aberto pela TVI.
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