A Comissão Europeia e o FMI têm coisas a dizer sobre a economia portuguesa
Edição por Tomás Albino Gomes
A Comissão Europeia reviu hoje em alta, em 0,3 pontos percentuais, o crescimento económico esperado para Portugal este ano. Bruxelas prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 5,8% em 2022, quando em fevereiro esperava uma expansão de 5,5%, com o setor dos serviços, particularmente o turismo estrangeiro, a recuperar fortemente.
O relatório da Comissão Europeia assinala que "as perspetivas de crescimento permanecem favoráveis, apesar dos desafios relacionados com os preços das 'commodities' [matérias-primas], das cadeias de abastecimento globais e maior incerteza na procura externa".
Bruxelas prevê ainda um défice de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, abaixo dos 3,4% estimados no outono, revelando-se também mais otimista sobre o desempenho orçamental em 2023, ao esperar um défice de 1%, quando anteriormente previa um saldo negativo de 2,8%.
A previsão do défice dos técnicos da Comissão Europeia está, assim, em linha com a do ministério das Finanças para este ano, subjacente à proposta do Orçamento do Estado.
A Comissão Europeia prevê que a taxa de desemprego em Portugal caia para 5,7% este ano, face aos 6,6% registados em 2021, e para 5,5% em 2023. A estimava de Bruxelas é mais otimista do que a do Ministério das Finanças que, no relatório subjacente à proposta do Orçamento do Estado para 2022, prevê uma taxa de desemprego de 6% este ano e de 5,7% no próximo.
No entanto, a Comissão Europeia reviu em alta de 2,1 pontos percentuais a taxa de inflação para Portugal, para 4,4% este ano, mas abaixo dos 6,1% previstos para a zona euro, segundo as previsões hoje divulgadas.
De acordo com as previsões macroeconómicas de primavera, hoje divulgadas, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor [o indicador de inflação mais apropriado para comparações entre os diferentes países da União Europeia] deverá subir de 0,9% em 2021 para 4,4% em 2022, antes de descer para 1,9% em 2023.
A Comissão Europeia prevê que a inflação em Portugal atinja o pico no segundo trimestre deste ano e modere gradualmente a partir de então.
Já o FMI, que esteve em Portugal para a avaliação anual, melhorou a perspetiva de crescimento do PIB português para 4,5% este ano, piorou a da inflação para 6% e manteve a do défice orçamental, foi hoje divulgado.
Nas conclusões da avaliação anual a Portugal, a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), liderada por Rupa Duttagupta, espera que o crescimento diminua dos 4,9% registados no ano passado para cerca de 4,5% em 2022 e 2% em 2023, representando uma revisão em baixa cumulativa de cerca de um ponto percentual em relação ao pré-guerra.
No World Economic Outlook (WEO), publicado em abril, o FMI previa uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal de 4% este ano e de 2,1% em 2023.
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