O país político começa hoje a regressar de férias
Edição por António Moura dos Santos
Mais de um ano depois da sua data original, em maio de 2020, o PS reúne-se em congresso, o 23º da sua história, com 1400 delegados em Portimão.
Os socialistas deverão concentrar-se em dois temas: o diálogo com os “parceiros” parlamentares à sua esquerda – PCP, PEV e Bloco de Esquerda – e com o PAN, tendo como horizonte as negociações do Orçamento do Estado para 2022 e as eleições autárquicas de 26 de setembro – ato eleitoral em relação ao qual o objetivo definido é vencer em número de câmaras e de freguesias, mantendo os socialistas com as presidências das associações nacionais de municípios (ANMP) e de freguesias (ANAFRE).
Mas a apesar desta constar como a agenda oficial, há um outro tema a instalar-se subrepticiamente na ordem do dia: a possibilidade de António Costa aproveitar para esclarecer perante os delegados socialistas a questão da sua continuidade na liderança do PS após 2023, e se tenciona recandidatar-se a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas.
Na véspera para este congresso, Costa reforçou uma vez mais que o tema da sucessão é negligenciável, até porque foi recentemente reeleito secretário-geral do PS. Outros membros do partido têm seguido a mesma bitola, mas é inevitável que o futuro pós-Costa se comece a desenhar já neste fim de semana.
O início do 23.º congresso nacional socialista, na Arena de Portimão, está previsto para as 11:00, com o discurso do presidente do PS, Carlos César. Após breves intervenções da presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, do líder da Federação do Algarve do PS e presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC), Luís Graça, o secretário-geral eleito, António Costa, fará então o primeiro dos seus dois discursos de fundo e que tradicionalmente é mais virado para as questões de ordem estratégica partidária.
Mas o PS não é o único partido a fazer a sua rentrée neste fim de semana. O Fórum Socialismo 2021, a reunião de verão do Bloco de Esquerda, começa hoje em Braga e termina no domingo em Almada, dividido entre duas cidades devido à pandemia de covid-19.
A menos de um mês das eleições autárquicas, o BE volta a promover a iniciativa que conta com mais de duas dezenas de painéis. Autárquicas, enriquecimento injustificado, educação, pandemias, habitação, saúde, questões laborais ou direitos das pessoas com deficiência são alguns dos temas que vão estar em debate ao longo dos dois dias, contando com a intervenção de nomes bloquistas como Pedro Filipe Soares, Francisco Louçã, Mariana Mortágua, Marisa Matias, José Gusmão, José Soeiro, Luís Fazenda ou Fernando Rosas.
O principal momento político será o discurso da coordenadora do BE, Catarina Martins, no domingo, que marca o encerramento do Fórum Socialismo 2021, uma sessão que conta também com a intervenção da candidata bloquista à Câmara de Lisboa, Beatriz Gomes Dias.
Por fim, o PSD termina hoje o seu Fórum Nacional Autárquico, que decorre em Faro, contando com a intervenção de 15 oradores, incluindo os candidatos às Câmaras de Lisboa, Porto, Coimbra, Amadora e Figueira da Foz, assim como o presidente do partido, Rui Rio.
De acordo com fonte social-democrata, a escolha dos quinze oradores (12 candidatos a câmaras, dois a juntas e um a uma Assembleia Municipal) pretende dar visibilidade quer a “candidatos que nunca o foram”, quer a outros “mais experientes”, bem como a alguns que concorrem “às principais cidades” e também apostar na “diversidade”, dando voz a três candidatas mulheres.
A iniciativa do PSD está marcada para as 16:00, no Teatro das Figuras, em Faro, a cerca de 70 quilómetros do Congresso do PS.
Na sessão de encerramento, será feita a apresentação de todos os candidatos ao Algarve (inicialmente prevista para domingo em Albufeira, mas cancelada devido ao internamento do presidente da Câmara local, José Carlos Rolo), antes do discurso final.
Atualidade
Não se perca nos Jogos Paralímpicos
Três presenças garantidas. Os nadadores portugueses Marco Meneses, Ivo Rocha e Diogo Cancela, com recorde nacional, garantiram hoje presença em três finais dos Jogos Paralímpicos Tóquio2020.
O "privilégio" de estar nos Jogos e a promessa para Paris.O judoca Djibrilo Iafa terminou hoje na nona posição o torneio de -73kg para atletas com deficiência visual dos Jogos Paralímpicos Tóquio2020. O atleta afirmou hoje sentir-se “privilegiado” por ter estado nos Jogos e aproveitou para “lançar a candidatura” aos Jogos Paris2024.
Conhecer os atletas. Para saber mais sobre alguns dos atletas em Tóquio, o SAPO24 preparou questionários, que pode ler para descobrir algumas curiosidades.
Acompanhar os Jogos. Para que não se perca nas provas, o SAPO24 apresenta o calendário das madrugadas que voltam a ser o palco dos sonhos e da superação.
Desporto
É oficial: Aos 36 anos, Cristiano Ronaldo regressa ao Manchester United.