Os submarinos e o equilíbrio geopolítico
Edição por Alexandra Antunes
Fala-se agora de um problema de promessa de compra falhada de submarinos que é mais do que isso: envolve uma questão de equilíbrio geopolítico.
Há uns dias, soube-se que a Austrália se tinha comprometido em comprar 12 submarinos a França, mas posteriormente anunciou a compra de submarinos com propulsão nuclear aos Estados Unidos, rompendo o contrato com Paris, para submarinos que não teriam essa tecnologia. Dessa decisão saiu a aliança trilateral entre Austrália, Reino Unido e Estados Unidos, AUKUS (iniciais em inglês dos três países anglo-saxónicos).
"O que está aqui em causa é a quebra de confiança entre aliados: uma aliança significa transparência, previsibilidade e explicações, mas tudo isto não foi dado aqui (…) Porque se esconderam, porque o fizeram às escondidas?", lamentou o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian.
E acrescentou: A atitude dos Estados Unidos "é uma deceção: pensávamos que tinham virado a página do unilateralismo, da brutalidade nos anúncios, do desrespeito pelos aliados".
Entre críticas, a União Europeia já veio dar o seu "apoio claro" à França, segundo o chefe diplomático da UE, Josep Borrell. Afinal, os europeus sentiram que a disputa franco-americana sobre o anúncio da aliança Indo-Pacífico não era "uma questão bilateral", mas sim que "afetava" toda a UE.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, disse hoje que a Austrália "furou compromissos" com a França, numa decisão "bastante discutível".
"Na generalidade, nós próprios exprimimos a nossa solidariedade com a França, que de facto não foi tratada com o respeito devido neste processo", disse.
"É muito importante que os Estados Unidos, o Reino Unido e a União Europeia estejam o mais possível alinhados nas suas estratégias para o Indo-Pacífico", declarou Santos Silva.
"A preocupação portuguesa é que estes últimos acontecimentos não perturbem o alinhamento entre Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, que me parece tão necessário para que o equilíbrio geopolítico na região do Indo-Pacífico seja reforçado", detalhou ainda o ministro português.
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