Porque é que devemos estar atentos à Guerra Comercial dos EUA contra o mundo?
Edição por Ana Maria Pimentel
Com recuos, avanços e negociações Trump está a cumprir a promessa - ainda que não de forma tão violenta como prometido - e está a implementar tarifas de forma ainda mais protecionista do que no seu primeiro mandato. E a partir de hoje todo o aço e alumínio que chegar aos EUA terá uma taxa de 25%.
Mas se os ataques têm sido aos países vizinhos e às grandes potencias porque devemos atentos?
Trump impôs tarifas similares durante sua presidência de 2017-2021 para proteger as empresas americanas que, segundo o próprio, sofrem concorrência desleal dos países asiáticos e europeus.
A Comissão Europeia afirmou, esta segunda-feira, que não recebeu "nenhuma notificação oficial" sobre novas tarifas, mas, nas palavras do ministro francês dos Negócios Estrangeiros, o bloco "responderá" a qualquer medida do tipo.
António Costa, no final da Conferência dos Embaixadores da UE, também tinha dito que “a política externa europeia dá resultados”. O presidente do Conselho Europeu apontou que os blocos europeu e norte-americano “têm sido pilares da ordem baseada em regras, respeitando a soberania nacional, a integridade territorial, a estabilidade das fronteiras e a Carta das Nações Unidas”.
Se os EUA espirram a Europa constipa-se
Embora as tarifas sobre produtos mexicanos e canadianos tenham sido suspensas, manteve-se a taxa de 10% sobre produtos chineses. O que tem feito com que as bolsas respondam de forma negativa perante a incerteza e os mercados estejam totalmente destabilizados.
E para a NATO pode significar mais tensões?
"Há sempre problemas entre aliados (...) Estou absolutamente convencido de que não se porão no caminho da determinação de manter forte a nossa dissuasão coletiva", disse Rutte na sede da NATO, em Bruxelas.
Do ponto de vista dos direitos humanos na China, a ativista Rushan Abbas, em entrevista ao SAPO24, mostrou-se esperançosa.
"Têm o plano de aumentar as tarifas das importações o que pode causar pressão económica na China e pôr o foco nas práticas de comércio e nas preocupações sobre segurança nacional. Enquanto tornam a economia da América, ou a América, mais soberana, enquanto lutam pelos interesses da América, penso que também é esse o caminho para lutar contra a China, contra a China exploradora dos Uyghur.
Espero que a administração de Trump reforce e expanda as sanções contra os oficiais chineses, as entidades chinesas, as empresas que são responsáveis pelo genocídio dos povos Uyghur e que são responsáveis por fazer os povos Uyghur serem os escravos modernos de hoje. Esta administração enfatiza as indústrias americanas e quer reduzir a as importações chinesas. Essas alianças são reforçadas com o Uyghur Forced Labor Prevention Act, e ao construírem-se indústrias domésticas está a reduzir-se a dependência da China."
Em vez de um espirro pode ser mesmo uma pneumonia nos EUA
Trump teve que suspender as tarifas nos EUA porque o tiro saiu-lhe pela culatra. A província canadiana de Ontário, o coração económico do país, anunciou que estava a proibir as empresas americanas de participarem em licitações para contratos com o governo, o que faria com que perdessem “dezenas de milhares de milhões de dólares em novas receitas”, de acordo com o primeiro-ministro, Doug Ford.
“Tudo o que têm a fazer é culpar o presidente Trump”, disse.
"Ontário não fará negócios com pessoas empenhadas em destruir a nossa economia", afirmou, em comunicado, o chefe de Governo da província canadiana, Doug Ford, para justificar a medida.
Ford também cancelou um contrato provincial de 100 milhões de dólares canadianos com a Starlink, a empresa controlada pelo bilionário Elon Musk, um importante aliado de Trump.
Esta província tinha assinado em novembro passado um contrato com a Starlink, uma unidade da SpaceX, empresa especial da qual Elon Musk é presidente executivo (CEO) e um dos principais acionistas, para que os habitantes das zonas remotas de Ontário pudessem aceder a serviços de Internet.
Doug Ford também informou que, a partir desse dia, Ontário iria proibir as empresas norte-americanas de participar em contratos públicos.
Também por ordem da província, a empresa pública LCBO, que controla a compra de bebidas alcoólicas em Ontário retirará produtos norte-americanos das suas estantes.
A LCBO gasta anualmente 1.000 milhões de dólares canadianos (680 milhões de dólares norte-americanos ou 656 milhões de euros) na compra de bebidas alcoólicas aos Estados Unidos.
Claro que o dia em que tudo isto foi anunciado acabou com Trump a suspender a medida.
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