![Guerra comercial: Europa na expectativa depois de Trump impor tarifas de 25% ao alumínio e aço importados](/assets/img/blank.png)
"Todo o aço que chegar aos Estados Unidos terá 25% de tarifas", disse o presidente no avião presidencial na tarde de domingo 99), antes de desembarcar em Nova Orleans para assistira à Super Bowl.
Trump acrescentou que as mesmas tarifas serão aplicadas para as importações de alumínio.
O Canadá é o maior fornecedor de aço e alumínio para os Estados Unidos, segundo dados oficiais, enquanto Brasil, México e Coreia do Sul também são importantes fornecedores de aço.
O presidente americano também antecipou que vai anunciar na "terça ou quarta-feira" as "tarifas recíprocas" com as quais procura alinhar os impostos alfandegários de produtos que entram nos Estados Unidos.
"Se nos taxam com 130% e nós não, isso não vai continuar assim", frisou.
UE na expectativa
Trump impôs tarifas similares durante sua presidência de 2017-2021 para proteger as empresas americanas que, segundo ele, sofrem concorrência desleal dos países asiáticos e europeus.
A Comissão Europeia afirmou esta segunda-feira que não recebeu "nenhuma notificação oficial" sobre novas tarifas, mas, nas palavras do ministro francês dos Negócios Estrangeiros, o bloco "responderá" a qualquer medida do tipo.
"Não há nenhuma dúvida quando se trata de defender nossos interesses", afirmou Jean-Noël Barrot.
"Vamos reagir para proteger os interesses dos negócios europeus, dos trabalhadores e consumidores perante medidas injustificáveis", afirmou a Comissão Europeia num comunicado.
A partir de terça-feira, produtos procedentes da China terão tarifas adicionais de 10%, medida contra a qual Pequim decidiu responder com impostos específicos sobre determinados produtos americanos a partir desta segunda-feira.
Em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, questionado sobre o anúncio de Trump sobre o alumínio e o aço, respondeu que "não há saída através do protecionismo, e não há vencedores numa guerra comercial ou alfandegária".
Musk continua à procura cortes
Trump afirmou que o seu assessor Elon Musk, responsável por comandar os cortes dos gastos federais, ajudará a descobrir "centenas de bilhões de dólares de fraude" e planeia rever os gastos noutras áreas.
Numa entrevista ao canal Fox News, Trump afirmou que o povo americano "quer que encontre" desperdícios e que Musk, o homem mais rico do mundo, tem sido "uma grande ajuda" para erradicar gastos desnecessários.
"Vamos encontrar biliões, centenas de biliões de dólares de fraude e abusos. Sabem que o povo me escolheu para isso", afirmou durante a entrevista.
Trump também tem o Departamento de Educação na mira, um organismo que descreveu como ineficiente, esbanjador e administrado por esquerdistas radicais. Na entrevista, o republicano disse que ordenaria a Musk que se concentre nesta entidade.
"Depois vou atrás das Forças Armadas", antecipou o presidente, que está na Casa Branca há apenas três semanas. Reiterou o apelo por uma revisão dos gastos neste departamento, que tem orçamento para 2025 de quase 850 mil milhões de dólares.
Musk, que lidera os esforços de redução de custos federais à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), já adotou medidas para fechar a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), demitindo milhares de funcionários.
Dentro da sua estratégia económica, Trump também ameaçou Canadá e México com tarifas de 25% sobre todas as importações, mas suspendeu a medida por um mês após conversas de última hora com os governantes dos dois países.
O presidente republicano advertiu, no entanto, que o que foi feito até o momento "não é suficiente".
"Algo deve ser feito, não é sustentável e estou a mudar", respondeu ao ser questionado se os dois países deveriam fazer mais antes do prazo de 30 dias.
Sobre o Canadá, acrescentou que "estaria muito melhor se fosse o estado número 51 (dos Estados Unidos) porque estamos a perder 200 mil milhões de dólares por ano".
A bordo do avião presidencial, Trump também assinou uma ordem executiva onde proclama 9 de fevereiro como o dia do "Golfo da América", em referência ao Golfo do México, que decidiu rebatizar de modo unilateral.
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