A associação, que recebe semanalmente mais de 50 jovens e adultos com trissomia 21, anunciou hoje que ia encerrar as instalações por tempo indeterminado, através de um comunicado publicado nas redes sociais.

"Devido à permanência dia e noite de um elevado número de toxicodependentes à porta da sede e respetivas atitudes, não podemos garantir a integridade física dos nossos jovens", lê-se.

A presidente da associação, Marcelina Souschek, explicou ao SAPO24 a gravidade da situação.

"A semana passada partiram o vidro da porta e foi substituído. Ontem, vinha a sair e ouvi um barulho parecido a uma explosão. Era o vidro novamente. Se tivesse um passo mais à frente, tinha-me apanhado."

Este foi um dos motivos que levou ao encerramento das instalações, juntamente com situações como um roubo de telemóvel, episódios de violência e o consumo de drogas no local.

"No outro dia era crack e seringas. Eu vi. E os miúdos a passarem ali, ninguém quer ver nada assim."

A presidente da associação afirma que a situação já foi comunicada à Câmara Municipal de Lisboa e às autoridades.

"Tem que haver uma entidade que seja responsável pela segurança das pessoas", disse.

O espaço, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, fica na Praça do Martim Moniz.

As pessoas em situação de sem-abrigo são de nacionalidade portuguesa e apesar de já permanecerem no espaço há algum tempo, o consumo de drogas em público tem vindo a aumentar nos últimos meses.

"A discussão não é a imigração. As pessoas que estão ali à porta, penso que sejam mesmo portuguesas. São pessoas numa situação que também não é nada favorável, mas ali não se vão curar de todo e não vai haver uma solução."