Sem cessar-fogo à vista: Hamas apela à intensificação dos contra-ataques
Edição por Ana Damázio
Esta terça-feira, o grupo islâmico Hamas apelou à "intensificação da resistência" contra a ocupação de Israel na Cisjordânia e em Gaza, após um ataque israelita na passada segunda-feira, à noite, ter resultado na morte de cinco palestinianos.
“O sangue derramado não será em vão. Será um incentivo para a escalada da resistência e continuação das nossas operações heróicas”, disse o grupo em comunicado.
“Queimará a terra sob os pés dos seus soldados e colonos”, acrescentou.
O ataque aéreo, que segundo o correspondente militar do Times of Israel e a agência palestiniana Wafa, foi efetuado através de um drone, e atingiu um campo de refugiados palestinianos de Nour Chams, no norte da Cisjordânia ocupada.
Este tem sido um dos campos de refugiados mais fustigados com ataques desde o início do ano. Em abril, 14 palestinianos foram mortos durante uma ofensiva militar israelita, que envolveu mais um dos fortes combates entre o exército de Israel e membros de vários grupos armados da Palestina.
Até ao momento, pelo menos 646 palestinianos e 18 israelitas morreram no seguimento destas investidas, segundo uma contagem da AFP baseada em dados fornecidos pelo Hamas e dados oficiais israelitas, respetivamente.
O novo ataque surgiu na sequência das ordens de evacuação, por parte de Israel, na zona centro de Deir Al-Balah, no passado domingo, o que obrigou à paralisação das operações humanitárias da ONU em Gaza, numa altura em que as doenças se propagam devido à sobrelotação, à falta de água potável e à falta de higiene.
A necessidade de apoio humanitário é cada vez maior. Aliás, na passada sexta-feira, foi mesmo diagnosticado o primeiro caso de poliomielite infantil dos últimos 25 anos, depois das várias tentativas de fazer chegar as vacinas às crianças em Gaza.
Ainda no passado domingo, uma nova ronda de negociações para o cessar-fogo, realizada no Cairo com representantes dos países mediadores – Qatar, Estados Unidos e Egito – e delegações de Israel e do Hamas, foi concluída, mas sem grandes avanços.
No entanto, já no dia de ontem, o porta-voz da Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, garantiu a existência de grupos de trabalho no Cairo para continuarem as negociações, referindo que os mediadores estão ainda mais focados nos detalhes do plano de cessar-fogo das hostilidades.
Desde o início da guerra, a 7 de outubro de 2023, já morreram mais de 40.400 palestinianos e cerca de 93.500 ficaram feridos, segundo os dados das autoridades palestinianas.
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