No cartaz principal estava escrito “Não há acordo abandonado. Há abandono”, expressando aquilo que muitos israelitas pensam sobre as negociações para a libertação dos reféns e um cessar-fogo na Faixa de Gaza conduzido pelo Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

Os manifestantes também seguravam imagens de alguns dos seis reféns cujos corpos sem vida foram recuperados em 20 de agosto de um túnel em Khan Yunis, no sul de Gaza, todos com ferimentos de bala.

Em 25 de agosto, sem qualquer progresso, foi concluída no Cairo uma nova ronda de negociações para o cessar-fogo na Faixa de Gaza, com representantes dos países mediadores – Qatar, Estados Unidos e Egito – e delegações de Israel e do Hamas.

Entretanto, o porta-voz da Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, garantiu na segunda-feira que há grupos de trabalho no Cairo que continuam as negociações e os mediadores estão agora mais focados nos detalhes do plano de cessar-fogo das hostilidades.

Netanyahu insiste em manter permanentemente tropas estacionadas no corredor Filadélfia, na fronteira sul de Gaza com o Egito, e no corredor Netzarim, que atravessa o enclave. O Hamas opõe-se a essas novas exigências e quer a retirada total das tropas e o fim definitivo da guerra.

Numa Gaza irreconhecível, mais de 40.400 palestinianos morreram e cerca de 93.500 ficaram feridos, segundo os dados das autoridades palestinianas, enquanto as doenças se propagam devido à sobrelotação, à falta de água potável e à falta de higiene nos campos para as pessoas deslocadas.