A saída de Rod Rosenstein, que deixará o cargo a 11 de maio, não é uma surpresa. Escreve a Reuters que era expectável que resignasse ao cargo em março.

A Casa Branca ainda não comentou a demissão, mas Trump já nomeou o secretário dos Transportes, Jeffrey Rosen, para o substituir.

Rod Rosenstein manteve-se no cargo para ajudar o procurador-geral William Barr a gerir a divulgação daquele que ficou conhecido como Relatório Mueller, divulgado, a 22 de março, ao fim de 22 meses de investigação.

A investigação de Robert Mueller não estabeleceu provas de conluio entre a campanha de Trump nas presidenciais de 2016 e a Rússia, e, apesar de indícios assinalados, o procurador especial não determinou se Trump fez obstrução de Justiça. Leia mais sobre o Relatório Mueller aqui.

Depois de receberem o relatório, Rosenstein e Barr consideraram que não existiam provas suficientes para avançar com uma acusação contra o Presidente dos Estados Unidos da América.

Na sua carta de demissão dirigida a Trump, Rosenstein escreveu: "Nós aplicamos a lei sem medo ou favorecimentos porque as provas credíveis não são parciais".

O procurador-geral adjunto, muitas vezes criticado por Trump por apoiar Mueller, também não escapou a críticas por parte dos democratas.

Os democratas visaram sobretudo Barr pela forma como foi seletivo nas informações que destacou do Relatório Mueller. No entanto, explica a Reuters, Rosenstein teve um papel determinante na decisão de não se acusar o Presidente de obstrução à Justiça.

No outono passado, a eventual demissão de Rosenstein esteve em cima da mesa depois do The New York Times avançar que este teria sugerido em 2017 colocar escutas a Trump e arregimentar membros do gabinete com vista a afastar o Presidente. Apesar das suspeitas, este manteve-se no cargo.