Cortar o cabelo e comprar flores. Voltar ao normal é também isto
Edição por Rute Sousa Vasco
Pode parecer trivial a muitos, mas o regresso à nossa vida “normal” passará por coisas como esta. Falamos dos cabeleireiros cujo negócio foi incluído entre os que deverão poder começar a abrir portas e a retomar a atividade de forma gradual quando terminar o estado de emergência, que foi prolongado até 2 de maio. O acesso será por marcação e com número limitado de clientes dentro do estabelecimento – a marcação já é normal em muitos locais, a limitação do número de pessoas será o dado novo. Passará muito por estes ajustes o regresso gradual e progressivo de que o governo tem falado.
Continuando a falar de negócios muitas vezes esquecidos, temos o das flores. Quem compra flores por estes dias? Eventos cancelados, casamentos adiados, possíveis declarações de amor que terão sido “digitalizadas”. Os produtores de flores consideram por isso estar a viver um drama e estimam estar a perder mais de dois milhões de euros por dia, devido à pandemia da covid-19, estando a deitar a produção fora.
Entre os que atravessam a crise há também os que atravessam a bonança da crise. E alguns simplesmente esquecem-se que nem tudo são ou devem ser oportunidades. É bem vinda por isso a decisão do Governo que decidiu impor um limite máximo de 15% na percentagem de lucro na comercialização de dispositivos médicos e de equipamentos de proteção, bem como do álcool etílico e do gel desinfetante cutâneo de base alcoólica.
A fechar os destaques de hoje, uma entrevista ao ex-ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira. Diz ele: “No fundo, está a parar-se o incêndio para que se possa reagir” (...) “quando se sair do confinamento, quando se começar a ver o tempo que isto vai durar e, principalmente, que empresas não aguentaram, o desemprego que existe, quando se começar a perceber um pouco mais essas variáveis, vão ter de haver medidas para estimular a economia”.
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