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Newsletter diária • 21 abr 2020

 
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O dia em que o preço do barril de petróleo caiu pela primeira vez abaixo de zero

 
 

Edição por Rute Sousa Vasco  

A cotação do barril de petróleo de referência dos EUA, o West Texas Intermediate (WTI), para entrega em maio, estava em 35,20 dólares negativos, às 14:30  desta segunda-feira (19:30 de Lisboa). Desceu ainda mais e bateu nos 40 dólares negativos. Como é que uma mercadoria pode ser vendida a um preço negativo? Neste caso, significa que os investidores que compraram petróleo a um determinado valor estão dispostos - e fizeram-no - a pagar a alguém para ficar com ele.

Porquê? Por um lado, porque se aproxima o fim do período de negociação dos contratos para entrega de petróleo em maio e face à conjuntura internacional, depois de mais de um mês com a economia congelada, não há atividade que permita uma inversão da procura. As estradas desertas e as fábricas paradas ou a muito pouco gás significam também isso.

Por outro, guardar petróleo é caro, exige depósitos com caraterísticas específicas - e caras - que ainda por cima estão, na sua maioria, cheias ou quase cheias. O que significa que é mais caro ainda encontrar onde guardar o combustível. Se somarmos a tudo o isto o facto de o preço ser ditado pelo comportamento de quem compra - traders e investidores  - e não dos utilizadores efetivos, percebe-se como o nervosismo pode ter tomado conta de todos. Pode dizer-se que ninguém que negoceia petróleo, quer a mercadoria para alguma coisa; o único interesse é o ganho financeiro mediante cálculos feitos numa ótica de "normalidade" dos mercados, nomeadamente com base em contratos futuros. E, neste momento, o futuro é demasiado lento.

Por cá, a Galp já anunciou que vai suspender a atividade na refinaria de Sines a partir de 4 de maio e durante cerca de um mês, por impossibilidade de escoamento "dos produtos produzidos". 

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Empresas e Emprego

 
 

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7. União Europeia arrisca rutura se não colocar coesão no centro da resposta, adverte Elisa Ferreira

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9. Número de desempregados inscritos em março sobe quase 9%

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Cá dentro e Lá fora

 
 

Cá dentro:

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Lá fora:

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