Edição por António Moura dos Santos
- Como tem sido ocorrido a cada 15 dias desde o início de novembro de 2020, vota-se hoje um novo diploma do estado de emergência — o 12.º desde que a pandemia chegou a Portugal —, desta feita com o objetivo de prolongá-lo até 16 de março.
- Na última renovação, discutida a 11 de fevereiro, o primeiro-ministro, António Costa, defendeu que não era o momento "para começar a discutir desconfinamentos totais ou parciais".No entanto, no documento apresentado por Marcelo Rebelo de Sousa, refere explicitamente no texto introdutório do diploma enviado para o parlamento que "o futuro desconfinamento deve ser planeado por fases, com base nas recomendações dos peritos e em dados objetivos, como a matriz de risco, com mais testes e mais rastreio, para ser bem-sucedido".
- Para além disso, o Presidente da República referiu-se em particular à retoma do ensino presencial, dizendo que "deverá ser definido um plano faseado de reabertura com base em critérios objetivos e respeitando os desígnios de saúde pública".
- Portanto, afinal já é altura de falar de desconfinamento, ou, pelo menos, de pensar nos seus moldes. Foi também isso o que defendeu ontem Rui Rio, depois da audição com o Presidente. “Para fazer um plano, hoje já é tarde”, disse o Presidente do PSD. Já o PS pediu para que não se entre em precipitações e os portugueses parecem concordar: Segundo uma sondagem hoje publicada, 80% dos entrevistados consideram que o Governo deve manter o confinamento até 15 de março.
- De resto, para considerar um plano de desconfinamento, o Governo tinha pedido aos especialistas linhas vermelhas a seguir. Ontem foram apresentadas algumas. Abrir as escolas com um Rt de 0,98 “ é mais do que imprudência" e desconfinar com valor superior a 1.1 "não evitará uma nova vaga", disse Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), na comissão para acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia.
- A pensar mais além, soube-se hoje também que a Direção-Geral de Saúde autorizou a realização de eventos-piloto com testes rápidos para os promotores de eventos perceberem em que moldes se podem concretizar os festivais de música no verão.
- Nesta fase, só temos duas certezas em cima da mesa. Que o confinamento mantém-se para já — e esse é um pedido expresso de Marcelo — e que o diploma vai passar no Parlamento, com o apoio de PS, PSD, CDS-PP e PAN.
- O Conselho de Ministros reúne-se hoje e — não sendo certo a que horas é que o Governo dará a sua conferência de imprensa —, presume-se que aconteça depois da aprovação do diploma na Assembleia da República para indicar se fica tudo na mesma, se novas medidas serão implementadas.
Europa discute vacinas (e o seu atraso)
- Os líderes da União Europeia realizam hoje nova videoconferência dedicada ao combate à pandemia de covid-19, tendo desta feita como principal preocupação a aceleração do processo de vacinação e o aumento da produção de vacinas na Europa.
- Discussão do Conselho Europeu dá-se numa fase em que a Comissão Europeia se encontra debaixo de fogo por não ter assegurado um plano de vacinas robusto — e depois de novo balde de água fria que foi a admissão da AstraZeneca de que vai entregar menos de metade das vacinas acordadas para o segundo trimestre.
- De acordo com o projeto de conclusões da cimeira virtual, o Conselho Europeu deverá assumir a necessidade de “acelerar urgentemente a autorização, a produção e a distribuição de vacinas, bem como a vacinação”.
- Entretanto, a presidência portuguesa da União Europeia (UE) vai também hoje promover um debate entre os ministros da Indústria dos 27 Estados-membros para acelerar a produção de vacinas contra a covid-19 no espaço comunitário, de forma a aumentar as imunizações.
Equipas portuguesa definem o seu destino europeu na Grécia e em Itália
- Benfica e Sporting de Braga têm hoje tarefas difíceis de inverter na Liga Europa de futebol, partindo em desvantagem para a segunda mão dos 16 avos de final, diante de Arsenal e Roma, respetivamente.
- Uma semana depois do empate 1-1 no Olímpico de Roma, casa “emprestada” devido à pandemia de covid-19, os encarnados tentarão aproveitar o fator neutro de Atenas, onde o Arsenal vai agora atuar como visitado, a partir das 19:55 (17:55 em Lisboa), e anular o golo marcado por Bukayo Saka, que confere vantagem aos ingleses na eliminatória.
- Na segunda mão da eliminatória europeia, o Olímpico de Roma vai voltar a receber uma equipa portuguesa, desta vez o Sporting de Braga, às 21:00 locais (20:00 em Lisboa), que chega à “cidade eterna” em apuros, na sequência da derrota caseira averbada com os romanos (2-0), comandados pelo português Paulo Fonseca.
Quem avisa…