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Newsletter diária • 07 mar 2022

 
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Escudos humanos

 
 

por Inês F. Alves

  • Falha (de novo) a retirada de civis de algumas das cidades ucranianas debaixo de fogo nesta guerra e (de novo) trocam-se acusações sobre quem recai a responsabilidade.
  • Ainda a terceira ronda de negociações não tinha começado e já a Rússia acusava Kiev de ter impedido a retirada de civis das zonas de combate: “Os nacionalistas que tomaram posições nas cidades continuam a manter lá civis e a utilizá-los direta e indiretamente, inclusive como escudos humanos, o que é obviamente um crime de guerra”, disse Vladimir Medinsky, chefe da delegação russa nestas negociações.
  • Na volta do correio, a Ucrânia acusou Moscovo de ter "sabotado" os corredores humanitários acordados: "continuam os bombardeamentos e ataques com foguetes” em Kiev, Mariupol (sudeste), Volnovakha (sudeste), Sumy (nordeste), Mykolaiv (sul), Kharkiv (leste) e outras cidades, vilas e aldeias. (...) A evacuação por corredores humanitários só é possível quando um regime de cessar-fogo for totalmente implementado".
  • Mas as acusações não ficam por aqui, com Kiev a considerar "inapropriada qualquer tentativa de Moscovo de fazer com que civis em cidades sitiadas fujam para o território da Rússia e da Bielorrússia, tendo em conta a alta probabilidade de provocações, levando os refugiados como reféns ou usando-os como escudos humanos para as Forças Armadas russas".
  • Finda a terceira ronda de negociações, na Bielorrússia, foram conseguidos "pequenos desenvolvimentos positivos" quanto a "potenciais" corredores humanitários, de acordo com a agência Reuters. Só amanhã se saberá se o impacto desse pequeno desenvolvimento positivo não é pequeno demais.
  • A pressão internacional mantém-se, mas a dependência energética da Europa pesa sobre as decisões. A UE importa 40% do seu gás da Rússia e muitos países não são a favor de um embargo, cujo impacto seria privar Moscovo de rendimentos essenciais. O chanceler alemão, Olaf Scholz, já veio dizer que as importações de energia fóssil da Rússia são "essenciais" para a "vida diária dos cidadãos" europeus e que, por agora, o abastecimento do continente não pode ser garantido de outra forma.
  • Por cá, o Governo tenta mitigar o impacto do aumento do preço dos combustíveis. Saiba como vai funcionar o desconto nos combustíveis e quais os postos de abastecimento aderentes.
  • Mas não é só para encher o depósito que se fazem contas: a guerra fará subir o preço da comida, a começar pelos cereais.
  • Ainda nas contas da guerra, estima-se a chegada à Europa de cinco milhões de refugiados ucranianos.
  • Eles — os que fogem, os quem combatem e os perecem — são a face mais visível de uma guerra que já dura há 12 dias.
 
 
 
 

 
 

A expressão portuguesa “Memória de Elefante” nasce de uma constatação: por mais quilómetros que caminhe, o elefante não esquece a localização dos locais onde encontra água e comida. Esta constatação, faz da memória matéria preciosa para a preservação do instinto de sobrevivência. Asserção verdadeira, também para o ser humano, como para o esforço colectivo de sobrevivência de uma nação inteira. Continuar a ler