”Se os bombardeamentos continuarem assim, se continuarem a ser bombardeadas cidades indiscriminadamente, podemos esperar cinco milhões de exilados, de pessoas que tentam escapar à guerra”, disse Borrell, comparando a situação da Ucrânia com a do Afeganistão.
"Vamos deparar-nos com um problema grave nas nossas fronteiras a leste”, referiu, apelando à mobilização “de todos os recursos europeus para ajudar os países que vão receber este fluxo”, nomeadamente os Estados-membros que têm fronteiras com a Ucrânia.
O alto representante para a Política Externa da UE especificou ser necessário “mais dinheiro, maior capacidade de acolhimento, mais provisões...mais de mais”.
Nos anos de 2015 e 2016, referiu ainda, com a crise síria, chegaram à Europa 1,5 milhões de pessoas, acrescentando que “agora serão muitos mais”.
Borrell falava à entrada para uma reunião informal do Conselho da Ajuda ao Desenvolvimento, em Montpellier, França, tendo o tema da Ucrânia sido acrescentado à agenda do encontro porque a ajuda ao país “tornou-se uma questão de ajuda ao desenvolvimento”, dada a proporção da crise dos refugiados ucranianos.
A invasão da Ucrânia pela Rússia provocou a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo a ONU, com um número de mortos e feridos calculados na ordem dos vários milhares, mas ainda por determinar, tanto militares como civis, de ambas as partes.
O ataque ordenado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, visa a “desmilitarização e a desnazização” da Ucrânia, o que significa o derrube do regime pró-ocidental de Kiev.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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