Hoje há final europeia no Porto — mas a festa já vem de trás
Edição por António Moura dos Santos
Tal como em 2020, Portugal volta a receber uma final da Liga dos Campeões — e outra vez em contexto de pandemia. As circunstâncias em que se disputa o troféu futebolístico, todavia, mudaram radicalmente de um ano para o outro.
Se em 2020, a "final eight" da competição decorreu durante o mês de agosto à porta fechada entre o Estádio de Alvalade e o Estádio da Luz, em Lisboa, este ano foi o Estádio do Dragão, no Porto, a arena escolhida, contando a final com público — 16.500 espetadores, um terço da lotação do recinto.
É esta última variável que tudo muda: se, no ano passado, surgiram com muita timidez adeptos das oito equipas em prova na capital, este ano o Aeroporto Sá Carneiro tem sido sujeito a um nível de atividade inaudita com a chegada de aviões provenientes do Reino Unido.
O contexto é também explicado pelas duas equipas que hoje disputam o "caneco": tanto o Manchester City como o Chelsea são clubes britânicos e são históricos os fluxos turísticos entre o Reino Unido e Portugal. Juntem-se estes dois fatores à relativa liberdade concedida pelos dois países nesta atual fase de desconfinamento, e o resultado está à vista.
Se na quinta-feira o centro histórico da cidade do Porto foi palco de “duas pequenas escaramuças” entre os adeptos dos dois clubes, ontem o dia foi largamente alheio à violência, mas ficou marcado pelas grandes concentrações de turistas e adeptos nas esplanadas e bares da cidade — com epicentro na Ribeira do Porto.
Perante o burburinho que se vai gerando nas redes sociais quanto a uma aparente diferença de critérios no que toca às restrições aplicadas a cidadãos nacionais face à liberdade concedida a turistas, ficam pelo caminho as promessas do Governo — de que os adeptos britânicos só ficariam em solo luso durante 24 horas e em bolhas de segurança — e começa o passa-culpas entre autarquia, juntas de freguesia e PSP.
Também esta sexta-feira, a PSP do Porto, na segunda conferência de imprensa realizada no espaço de dois dias, explicou que, apesar das cenas que têm sido transmitidas nos vários locais da cidade, os acessos a 'fan meeting points' oficiais vão ser sujeitos a controlo, só podendo entrar quem tem teste PCR negativo e após revista prévia.
Estão hoje em funcionamento, portanto, dois fan meeting points: na Alfândega uma zona destinada aos adeptos do Manchester City e outra no centro da Avenida dos Aliados para os adeptos do Chelsea, não sendo permitida a mistura de adeptos. Estas zonas serão vedadas e de acesso controlado e restrito aos adeptos de cada clube e, por este motivo, não serão consideradas via pública ou espaço de acesso público.
Já no que toca ao jogo em si, o Manchester City — equipa comandada pelo espanhol Pep Guardiola, e em que alinham os internacionais portugueses Rúben Dias, Bernardo Silva e João Cancelo — parte como favorito, depois de uma época em que já venceu a ‘Premier League’ e a Taça da Liga inglesa.
Por seu lado, o Chelsea tem a derradeira hipótese para alcançar um troféu em 2020/21, na segunda final, após ter perdido para o Leicester (1-0) a Taça de Inglaterra, prova em que afastou os ‘citizens’ nas meias-finais, com um 1-0 em Wembley.
De resto, se é a primeira vez os citizens vão a uma final da Liga dos Campeões, para o Chelsea é a oportunidade de vencer o troféu pela segunda vez, depois da conquista de 2011/12.
Na década de 1960, gostar ou não gostar de Dylan representava uma data de coisas – era quase como afirmar um estilo de vida com uma única referência. Mas os tempos mudaram e agora foi preciso ele fazer 80 anos para nos lembrarmos de que ainda está vivo. Continuar a ler