O Conselho Europeu começa hoje um debate sobre os cargos de topo da União Europeia, que deve culminar com uma decisão na cimeira europeia no final do mês, discutindo-se, claro, o nome de António Costa para a liderança da instituição.

A possibilidade de António Costa ser líder do Conselho Europeu ficou mais próxima depois de Costa não ter sido constituído arguido na Operação Influencer - embora o ex-Primeiro-Ministro continue a ser investigado num inquérito à parte, como noticia hoje o Público - e de na noite das eleições europeias Montenegro ter anunciado o apoio ao seu antecessor.

Já no final do discurso anunciou a grande novidade da noite, fazendo disso o facto político e não a derrota nas Europeias. "A Aliança democrática, e o Governo de Portugal, não só apoiarão, como farão tudo para que essa candidatura tenha sucesso", disse o primeiro-ministro. Afirmou ainda que todos os colegas do PPE já sabiam desta informação antes de ser líder do governo português.

Dois dias depois o eurodeputado liberal, João Cotrim de Figueiredo, reagiu acusando o Governo de privilegiar a nacionalidade de António Costa em vez da sua utilidade para o projeto europeu com o apoio anunciado, que apelidou de paroquial. Assim como o ex-parceiro de Geringonça, o eurodeputado João Oliveira, tinha já relativizado, meses antes, a relevância de ter um português a ocupar cargos europeus, após questionado se gostaria de ver o ex-primeiro-ministro, António Costa, na liderança do Conselho Europeu.

Mais ao menos na mesma altura das afirmações do comunista, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que começava "a ser mais provável" haver um português no Conselho Europeu. Respaldado pelo  amigo espanhol de Costa, o presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, que também disse que o anterior primeiro-ministro português reunia "todas as qualidades" para ser presidente do Conselho Europeu.

Contudo, na altura, havia alertado que este era um debate muito prematuro. Parece ter chegado agora o momento, e nem Durão Barroso quis ficar de fora. O antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso afirmou ontem que o ex-primeiro-ministro António Costa é o “melhor posicionado” para presidir ao Conselho Europeu, por ser quem “gera mais consenso” dentro e fora da família socialista.

Os líderes da União Europeia (UE) — incluindo o chefe de Governo português, Luís Montenegro — reúnem-se hoje num jantar informal em Bruxelas para debater o próximo ciclo institucional, uma semana depois das eleições europeias, que deram a vitória ao Partido Popular Europeu (PPE), seguido dos Socialistas e Democratas (S&D) e dos liberais do Renovar a Europa.“

O Conselho Europeu é fundamental para designar os próximos cargos de alto nível da UE, nomeadamente eleger o presidente do Conselho Europeu, nomear o presidente da Comissão Europeia e nomear o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança”, assinala a instituição na agenda da cimeira informal.