Se não conseguir ver esta newsletter clique aqui.

 
Image

Newsletter diária • 02 jan 2022

 
Facebook
 
Twitter
 
Instagram
 
 
 

Marcelo e o discurso (quase) consensual

 
 

Edição por António Moura dos Santos

Na sua tradicional mensagem de Ano Novo, proferida ontem pelas 20:00, Marcelo Rebelo de Sousa, além do papel naturalmente agregador que um Presidente da República deve ter em comunicações destas, insistiu em alguns dos pontos que têm feito parte da sua retórica nos últimos dois anos: consolidar, decidir, reinventar, reaproximar, virar a página.

Após o início de 2021 que foi quase mais duro que o início de 2020 — não esquecendo a terrível segunda vaga da pandemia — Marcelo elogiou o país pela forma como conseguiu reerguer-se "no meio da pandemia, que teimou persistir no final do ano e que nos obriga, serena, mas teimosamente, a testar e a resistir, e a com ela aprender a conviver — com a paciência de quem já viveu quase 900 anos, já teve milhares de crises e ultrapassou-as o melhor que pôde".

Apesar dos elogios, a tónica do discurso do Presidente da República foi de estabelecer as guias para o futuro, pedindo para que se consolide "o percurso para a superação da pandemia", sendo que "de janeiro a março será um tempo crucial para que o inverno ajude a fechar um capitulo da nossa história e converta aflições em esperança". Para tal, será necessário que

Mas, para resolver estes problemas, é impossível não se referir à incógnita que se segue: as eleições legislativas de 30 de janeiro e a possibilidade destas não resultarem num Governo estável — havendo até temores de alguns que possa haver novas eleições ainda este ano se estas não forem esclarecedoras.

Por isso é que Marcelo pediu para que destas eleições saia "a Assembleia da República e o governo para os próximos quatro anos", sendo que este último deve ter "legitimidade renovada", que reflita "o pluralismo de opiniões e soluções. Um governo que possa refazer esperanças e confiança perdidas ou enfraquecidas, e garantir a visibilidade para as pessoas e os seus projetos de vida".

Foi, no fundo, um pedido para "virar a página", porque "o ano que findou prometia ser um fim e um recomeço, mas não foi. Esboçou esse recomeço, tarde e timidamente. O ano que hoje iniciamos tem de virar a página". "Retomemos a caminhada juntos. Eu estou presente mais do que nunca, e conto convosco mais do que nunca", concluiu.

Perante um discurso desta natureza agregadora, a resposta dos partidos foi, previsivelmente, consensual. Ou quase: da parte do Chega, André Ventura criticou Marcelo por ter falhado "no essencial" ao dar demasiado destaque à pandemia, sem "identificar os verdadeiros responsáveis pela crise que estamos a viver"; já Inês Sousa Real, da parte do PAN, apesar de saudar o discurso — especialmente pelas referências à crise climática —, lamentou não ouvir "uma palavra do senhor Presidente relativamente" ao voto de quem estiver confinado devido à covid-19.

De resto, a postura foi de consenso quanto às palavras de Marcelo:

  • O PS disse rever-se “plenamente” na mensagem, nomeadamente na necessidade do país precisar de estabilidade política e previsibilidade nas opções políticas e confiança para enfrentar os próximos desafios;
  • O PSD concordou também com a ideia de que Portugal precisa de “virar de página”, considerando que esta também concerne uma mudança de Governo, encabeçado pelos sociais-democratas.
  • O PCP apelidou as palavras de Marcelo de "evidências" para os comunistas, defendendo que são precisas soluções concretas para os problemas da vida das pessoas.
  • O CDS-PP acompanhou "na generalidade" a mensagem e alinhou pela mesma bitola do PSD, considerando que as eleições legislativas de dia 30 podem constituir uma oportunidade para Portugal "virar de página" com a "direita certa".
  • A IL ressalvou que as palavras de Marcelo revelaram falta de alinhamento com o trabalho do Governo para o desenvolvimento do país, acrescentando que as eleições podem permitir "opções verdadeiramente liberais”.
  • O BE — único partido a reagir apenas hoje — subscreveu o discurso, sublinhando a importância de um “novo ciclo político” depois das eleições legislativas e apelando a uma maioria de esquerda sem “maiorias absolutas ou tentativas de bloco central”.

E se é de consensos que se fala, um grupo constituído por 31 personalidades revelou ontem uma petição na qual pede a PS, BE, PCP e PEV que formem maioria parlamentar após eleições.

No texto, onde consta a assinatura do ex-dirigente comunista Carlos Brito, do capitão de abril Carlos Matos Gomes ou do ex-deputado do PS Pedro Bacelar de Vasconcelos, os signatários indicam que decidiram juntar-se para “promover o entendimento das forças de centro-esquerda e esquerda, visando constituir uma maioria parlamentar e um Governo que tenha como propósito a aplicação de medidas indispensáveis para a melhoria do bem-estar da população”.

 
 
31 personalidades pedem a PS, BE, PCP e PEV que formem maioria parlamentar após eleições
 
 

Atualidade

 

Mais de três dezenas de personalidades endereçaram hoje uma petição às direções do PS, BE, PCP e PEV em que apelam a um “entendimento das forças de centro-esquerda e esquerda” para formar uma “maioria parlamentar” depois das legislativas.

 
 
 
Sites do Grupo Impresa estão em baixo devido a ataque informático
 
 

Atualidade

 

Vários websites do grupo de media Impresa estão inacessíveis devido a ataque informático perpetrado pelo Lapsus$ Group, um coletivo de hackers. Os responsáveis, que exigem um pagamento de resgate, terão sido os responsáveis por um outro ataque ao Ministério da Saúde brasileiro.

 
 
 
Costa assinala subida de salário mínimo nacional para 705 euros
 
 

Economia

 

O primeiro-ministro assinalou hoje a subida do salário mínimo nacional (SMN) para os 705 euros, realçando que cerca de 880 mil trabalhadores irão ser abrangidos pelo aumento, que qualificou como o “maior de sempre".

 
 
 
Covid-19: Governo britânico prepara-se para ausência de até 25% do pessoal ao trabalho
 
 

Atualidade

 

O primeiro-ministro britânico pediu às entidades do setor público "planos de contingência" para responder à eventual ausência de até 25% dos funcionários por contágios de covid-19, anunciou hoje o gabinete de Boris Johnson.

 
 
 
Covid-19: Centro de testes do aeroporto de Lisboa promete testar hoje todos os passageiros, com e sem marcação
 
 

Atualidade

 

A Synlab, entidade responsável pelo centro de testagem do aeroporto de Lisboa, assegurou hoje à Lusa que vai testar todos os passageiros, com e sem marcação, e adiantou que hoje já foram testadas 1.800 pessoas, um novo máximo.

 
 
 
Lionel Messi e outros três jogadores do Paris Saint-Germain infetados com covid-19
 
 

Desporto

 

O clube parisiense confirmou que quatro dos seus atletas testaram positivo para a covid-19 e falham partida com o Vannes a contar para a Taça de França. Entre os infetados está o astro argentino Lionel Messi.

 
 
 
Dakar2022: Sanders e Al-Attiyah vencem novamente e cimentam liderança
 
 

Desporto

 

O australiano Daniel Sanders (Gás Gás), em motas, e o qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota), em carros, venceram hoje a segunda parte da primeira etapa do rali Dakar de todo-o-terreno, cuja 44.ª edição começou no sábado, na Arábia Saudita.