"A este tempo ainda não sabemos o que o Governo está a antecipar relativamente ao ato eleitoral para que esteja assegurado o direito ao voto de todas as pessoas, em particular aquelas que vão estar em isolamento ou doentes por força da covid-19, entre outras doenças. E não ouvimos uma palavra do senhor Presidente relativamente a este grande desafio para a democracia", afirmou a porta-voz do PAN num vídeo enviado às redações no sábado à noite.

Inês Sousa Real saudou "o reconhecimento por parte do senhor Presidente da República do desafio climático", mas defendeu que é preciso "ir mais longe" e "mudar o paradigma".

A líder do PAN espera que das palavras do Presidente da República "se possa retirar também um compromisso" de que o regresso à normalidade em Portugal "não seja voltar a mais do mesmo".

Inês Sousa Real considerou também que a pandemia de covid-19 demonstrou que "a saúde do planeta e a saúde humana são uma só", pedindo uma valorização do meio ambiente, mas também dos profissionais de saúde "que tanto deram nesta pandemia".

"Esperamos que este ano seja um ano de mudança, mas uma mudança pela positiva", afirmou.

A líder do PAN apontou também que "este é um momento único para o país" e defendeu que "cada cêntimo" dos fundos comunitários "tem de ir para combater a crise socioeconómica, para diminuir o fosso das assimetrias sociais e regionais que persistem" e para combater as discriminações.

E o dinheiro deve ser empregue "com transparência e combatendo os fenómenos da corrupção", salientou.

O PAN indicou também que o discurso do chefe de Estado "fica pautado por aquele que é um reconhecimento de uma pluralidade que irá necessariamente marcar a próxima legislatura", mas reiterou que uma crise política juntamente com uma crise sanitária "periga a democracia".

O Presidente da República apelou no sábado a que a próxima Assembleia da República “dê voz ao pluralismo de opiniões e de soluções” e que o Governo garanta “previsibilidade para as pessoas e para os seus projetos de vida”.

Na mensagem tradicional de Ano Novo, proferida no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa abordou as eleições legislativas de 30 de janeiro para defender que os portugueses terão de “decidir a Assembleia da República e o Governo para os próximos quatro anos, uma Assembleia da República e um Governo com legitimidade renovada”.

No seu quinto discurso de Ano Novo desde que tomou posse como Presidente da República, em 2016, Marcelo Rebelo de Sousa falou sobretudo da atual situação pandémica, afirmando que é preciso o país “virar a página”.

O chefe de Estado defendeu que, em 2022, Portugal deve “consolidar o percurso para a superação da pandemia”, considerando que os meses entre janeiro e março serão o “tempo crucial” para fechar “um capítulo da história”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, este tem de ser o ano em que o país reinventa “as vidas congeladas, adiadas, trucidadas pela pandemia”, designadamente através do uso dos fundos europeus, “que são irrepetíveis”, e que devem ser aplicados “com transparência, rigor, competência e eficácia, combatendo as corrupções e os favorecimentos ilícitos”.

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