Na reação à mensagem de Ano Novo do Presidente da República, na qual Marcelo Rebelo de Sousa falou em “virar a página”, Bruno Maia fixou as prioridades bloquistas na proteção do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na subida dos salários e na defesa do clima, considerando que estas três questões só serão acauteladas com “uma esquerda à esquerda do PS que seja forte e saia reforçada destas eleições” de 30 de janeiro.

“Desde 2019 até agora o PS recusou fazer um acordo à esquerda em torno de compromissos concretos. O que vai fazer a diferença daqui para a frente é a força do voto das pessoas. Se houver um voto que diga que tem de haver uma maioria à esquerda sem maioria absoluta do PS, então essa maioria de esquerda está legitimada e tem de se sentar à mesa para negociar”, afirmou o candidato a deputado do BE pelo círculo eleitoral de Lisboa.

Para Bruno Maia, “era preciso um acordo escrito em torno de medidas concretas” já em 2019 e o próximo ato eleitoral repete essa necessidade para o futuro do país, com o militante bloquista a sustentar que a esquerda já passou a fase de resposta ao “massacre que foi o tempo da ‘troika’ e o governo das direitas”.

“Já estamos noutra fase e essa fase exige esse novo ciclo político”, observou, sublinhando: “Temos de estar prontos para cumprir aquilo que é a vontade do voto popular. Se a vontade é uma maioria de esquerda no parlamento, essa maioria vai ser forçada a sentar-se e a negociar em torno de um acordo, eventualmente para uma legislatura, escrito e que assente em caminhos concretos que possam mudar a vida das pessoas e fazer aquilo que é preciso fazer”.

Sem querer avançar uma hipotética “discussão de lugares”, o militante bloquista preferiu focar a mensagem na discussão de “um acordo de legislatura em torno de medidas concretas” após as eleições de 30 de janeiro e que é “o voto popular que força essa negociação” entre os partidos à esquerda.

Já sobre a mensagem assinada por 31 personalidades em defesa de um entendimento dos partidos de esquerda no parlamento, Bruno Maia notou que o partido apenas teve conhecimento da iniciativa através dos meios de comunicação social, mas não deixou de dar as “boas-vindas” e de salientar a sintonia dessa ação com os objetivos do BE.

“O BE defende que tem de haver acordos de legislatura firmados em questões específicas que respondam à vida concreta das pessoas. É para isso que aqui estamos e nos candidatamos a estas eleições: para que haja uma maioria de esquerda e que essa maioria coloque em cima da mesa a proteção dos salários, do SNS e do clima. Essa iniciativa vai no sentido do que o BE tem vindo a defender e que defende para este novo ciclo político”, concluiu.

No seu quinto discurso de Ano Novo desde que tomou posse como Presidente da República, em 2016, Marcelo Rebelo de Sousa falou sobretudo da atual situação pandémica, afirmando que é preciso o país “virar a página”.

“O ano que findou prometia ser um fim e um recomeço, mas não foi. Esboçou esse recomeço, tarde e timidamente. O ano que hoje iniciamos tem de virar a página, consolidando, decidindo, reinventando, reaproximando. Retomemos a caminhada juntos”, apelou.

O chefe de Estado defendeu também que, em 2022, Portugal deve “consolidar o percurso para a superação da pandemia”, considerando que os meses entre janeiro e março serão o “tempo crucial” para fechar “um capítulo da história”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, este tem de ser o ano em que o país reinventa “as vidas congeladas, adiadas, trucidadas pela pandemia”, designadamente através do uso dos fundos europeus, “que são irrepetíveis”, e que devem ser aplicados “com transparência, rigor, competência e eficácia, combatendo as corrupções e os favorecimentos ilícitos”.

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