Da habitual mensagem de Ano Novo do Presidente da República ficaram cinco motes: consolidar, decidir, reinventar, reaproximar, virar a página.

Marcelo Rebelo de Sousa começou por salientar que os primeiros meses de 2021 "foram quase mais duros do que [os primeiros meses] de 2020, em pandemia, com paragem económica, crise social, descompensação nas pessoas e desgaste nas instituições".

Mas, salienta, "resistimos, vacinámos, reabrimos escolas, pusemos a economia a arrancar, exportámos, recebemos turistas, ensaiámos começar de novo, tivemos tempo de reeleger por aclamação António Guterres nas Nações Unidas e aprovar na nossa presidência europeia o certificado digital, os fundos para os próximos anos, e a lei do clima". Tudo isto "no meio da pandemia, que teimou persistir no final do ano e que nos obriga, serena, mas teimosamente, a testar e a resistir, e a com ela aprender a conviver — com a paciência de quem já viveu quase 900 anos, já teve milhares de crises e ultrapassou-as o melhor que pôde".

Todavia, reconhece, "desta vez [o país] tem muito mais a fazer para recuperar o tempo perdido".

Assim, 2022 "tem mesmo de ser ano novo e vida nova. Num mundo com menos pandemia e mais crescimento, menos pobreza, mais empenho nos desafios do clima, menos egoísmo de povos e estados, mais atenção ao custo imediato da vida, (...) numa Europa com mais convergência e menos esperas, mais construção e menos desigualdade, mais aposta na juventude e menos solidão (...), sobretudo nos países em rápido envelhecimento".

Olhando especificamente para os desafios que o país tem pela frente, Marcelo diz que é preciso "consolidar o percurso para a superação da pandemia. Estamos encaminhados, mas falta o fim dos fins. De janeiro a março será um tempo crucial para que o inverno ajude a fechar um capitulo da nossa história e converta aflições em esperança", disse.

Ao nível das decisões, a nota foi para as legislativas de 30 de janeiro, das quais deverá sair "a Assembleia da República e o governo para os próximos quatro anos". Um governo com "legitimidade renovada", que reflita "o pluralismo de opiniões e soluções. Um governo que possa refazer esperanças e confiança perdidas ou enfraquecidas, e garantir a visibilidade para as pessoas e os seus projetos de vida".

2022 exigirá ainda um esforço de "reinvenção" a todos, cujas vidas foram "congeladas" pela pandemia.  Será necessário, diz Marcelo Rebelo de Sousa, "recriar com imaginação e teimosia, se preciso for, usando fundos irrepetíveis com transparência, rigor, competência e eficácia, combatendo a corrupção e os favorecimentos ilícitos".

É ainda necessário, defende, "reaproximar". Isto é, "redescrobrir a solidariedade, cuidar dos mais sacrificados pela pandemia, pela insolvência, pelo desemprego, pela paragem da vida, os mais pobres, os mais idosos, os mais doentes, os portadores de deficiência, os desamparados na escola, na busca de profissão ou de casa, na integração numa sociedade diversa feita de emigrantes que partem e regressam e imigrantes que chegam e partem, em particular olhando para as crianças".

Por fim, cabe "virar a página". "O ano que findou prometia ser um fim e um recomeço, mas não foi. Esboçou esse recomeço, tarde e timidamente. O ano que hoje iniciamos tem de virar a página". "Retomemos a caminhada juntos. Eu estou presente mais do que nunca, e conto convosco mais do que nunca", concluiu.

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