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Newsletter diária • 27 jan 2022

 
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Pela boca morre o vírus?

 
 

Edição por António Moura dos Santos

O seu desenvolvimento começou em meados de março de 2020 — quando Portugal foi forçado a entrar no seu primeiro confinamento devido à pandemia da covid-19. Hoje, foi aprovado pela Agência Europeia do Medicamento.

Chama-se Paxlovid, é criado pela farmacêutica Pfizer e trata-se do primeiro medicamento a poder ser administrado por via oral para combater infeções de covid-19 na União Europeia.

“O Comité de Medicamentos Humanos da EMA (CHMP) recomendou a concessão de uma autorização de comercialização condicional para o medicamento antiviral oral Paxlovid para o tratamento da covid-19”, anunciou o regulador europeu.

O seu uso será especificamente direcionado para adultos que não precisam de oxigénio suplementar e que correm maior risco de desenvolver uma forma grave de covid-19, e atua através de duas substâncias que reduzem a capacidade do coronavírus SARS-CoV-2 se multiplicar no corpo:

  • O nirmatrelvir, que bloqueia a replicação do vírus mediante a inibição da enzima proteasa;
  • O ritonavir, cuja função é aumentar a duração da efetividade.

Os ensaios clínicos vinham sucedendo-se desde 2021, com a Pfizer a anunciar que o seu grau de sucesso era de quase 90%. Agora, a CHMP avaliou os dados e constatou que o Paxlovid “reduziu significativamente as hospitalizações ou mortes em pacientes que têm pelo menos uma condição subjacente que os coloca em risco de covid-19 grave”.

Testado em doentes com a variante Delta, falta comprovar a sua eficácia naqueles infetados pela Ómicron — os primeiros estudos em laboratório indicam que sim.

Esta é mais uma das armas desenvolvidas para combater a covid-19 e não é a única a ser tomada por via oral — a Merck também já desenvolveu um antiviral que vai ser distribuído em 105 países pobres —, mas é muito possível que seja a primeira a chegar a Portugal. De resto, já tinha sido aprovada para administração em Israel e nos EUA.

A sua importância não deve ser minimizada: apesar do sucesso das vacinas, novas e mais rápidas formas de combater o vírus são essenciais para uma possível retoma da normalidade.

 
 
 
 

Os temas quentes da campanha

 
 
  • Continua o "pingue pongue" entre Costa e Rio: Dada a proximidade de PS e PSD nas sondagens, não é de admirar que os seus dois líderes continuem a atacar-se mutuamente. Ontem, Rui Rio proferiu que é Costa quem está interessado que o Chega "tenha uma grande votação" porque consegui-la-á a partir de uma sangria de votos do PSD depois do secretário-geral do PS alertar repetidamente para a influência da extrema-direita sobre os sociais democratas. O Presidente do PSD, por sua vez, voltou hoje a demarcar-se do partido de André Ventura, dizendo que apenas dialogará com o mesmo “no debate parlamentar, à vista de toda a gente".
  • Quem fez as contas?: Uma das polémicas que ocupou esta quarta-feira deu-se com um desmentido do Instituto Nacional de Estatísticas ao canal televisivo CNN Portugal quanto aos valores adiantados por António Costa de 4,6% crescimento económico para o país este ano, adiantando o INE que não passou quaisquer dados ao primeiro-ministro. Em resposta, o candidato socialista veio a público dizer que não recorreu ao INE para fazer tais previsões: “Eu nem sei o que é que o INE tem a ver com a questão", afirmou em Fafe. De resto, o tema foi aproveitado por alguns opositores, como a IL, com João Cotrim de Figueiredo a esperar que não haja fontes dentro do INE a “alimentar” o PS, citando este como mais um exemplo da “confusão entre o PS e o Estado”.
  • O que os portugueses andam a pesquisar: "O que são eleições legislativas?", "o que cada partido defende em 2022?" e "Chega, o que defende?" são algumas das perguntas mais feitas pelos portugueses no Google, segundo dados da empresa. Já sobre a distribuição de interesse em cada partido político, o top 3 é ocupado pela Iniciativa Liberal, com 26%, seguido do Chega (22%) e do Partido Social Democrata (11%).
  • Quase 286 mil eleitores votaram antecipadamente: Segundo os dados do Ministério da Administração Interna, trata-se de 90,51% dos 315.785 eleitores que se inscreveram para o voto antecipado em mobilidade. Os distritos de Évora (95,50%), Bragança (94,86%) e Castelo Branco (94,75%) foram os que registaram maior taxa de participação face ao número de eleitores inscritos. Pelo contrário, o distrito de Lisboa, o que tinha maior número de inscritos (93.020) registou a menor taxa de participação do país e a única abaixo dos 90% do país (89,91%).
 
 

Ainda a marcar a atualidade

 
 
 
 
Tiago Pinto da Costa
 
 

Estes são alguns dos desafios dos doentes e sobreviventes de cancro pediátrico e jovem. O caminho é longo, mas vale sempre a pena continuar a acreditar. A carta de um Barnabé. Continuar a ler