“Espero, e é isso que é necessário, que possamos sair das eleições com as condições de diálogo e de construção de um futuro que assegura a estabilidade, mas também a realização de aspirações fundamentais para a vida das pessoas, o aumento extraordinário das pensões é uma delas. Portanto, é necessário termos um orçamento que a permita e que possamos executar”, frisou António Costa.
O secretário-geral do PS falava aos jornalistas numa arruada em Fafe, onde foi recebido por centenas de simpatizantes e foi acompanhado pelo cabeça de lista socialista pelo círculo eleitoral de Braga, o secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, e pelo presidente da Câmara Municipal de Fafe, Antero Barbosa.
Depois de ter ouvido uma cidadã queixar-se das pessoas que se reformaram antecipadamente e que, apesar de terem descontado “36 anos, 40 anos, 45 anos”, têm uma “reforma de miséria”, António Costa disse aos jornalistas que “as pessoas sentem como muito necessário” que o sistema de Segurança Social “continue a reforçar, por um lado, a sua sustentabilidade, mas as condições também de melhorar as suas pensões”.
“E é isso que é necessário: que haja uma maioria na Assembleia da República que permita mesmo que prossigamos os aumentos extraordinários das pensões mais baixas, de forma a que todos tenham o direito a viver com maior dignidade em Portugal”, reforçou.
Numa arruada onde muitos simpatizantes socialistas aclamaram António Costa – com um popular a pedir-lhe para “arrebentar com o Chega” –, o secretário-geral socialista apelou ao voto na sua força partidária, salientando que é a única que nunca vai ficar "refém" do partido de André Ventura.
“O voto certo e seguro é o voto no PS, que tem um programa claro e não escondido, que é o único partido que garante condições de governabilidade que não ficam reféns da extrema-direita, e que garantem que o país vai continuar a crescer acima da média europeia, que vamos continuar a criar mais e melhor emprego, vamos continuar a melhor os salários, as pensões”, afirmou António Costa.
Questionado se se está a notar uma convergência com a esquerda na reta final da campanha, o também primeiro-ministro respondeu: “Não é com a esquerda, é com os portugueses. O nosso programa é o programa do PS e que tem a ver com aquilo que são as necessidades reais do país”, frisou.
António Costa reiterou que as eleições do próximo domingo “têm escolhas decisivas”, frisando que o que país precisa é que os portugueses “decidam um futuro claro”.
Interrogado sobre o que lhe disse o oráculo de Fafe durante a arruada, António Costa afirmou que “os oráculos revelam-se no domingo à noite quando se abrirem as urnas e se contarem os votos”.
No início da arruada, que arrancou na rua António Saldanha, e durou menos de 30 minutos, António Costa entregou ao antigo presidente da Câmara de Fafe Parcídio Summavielle, que se desvinculou do PS durante a governação de António Guterres, um cartão de militante socialista.
Visivelmente emocionado, Summavielle sublinhou que, “é hoje uma grande honra receber das mãos deste homem – um homem íntegro, extraordinário, um homem que fez mais do que qualquer outro por este país – este cartão”.
“Já são muitos anos, já são muitos anos, mas o meu coração nunca deixou de ser socialista, e hoje tenho novamente um cartão, hoje sou novamente um militante por direito próprio”, disse.
Reencontrando o primeiro-ministro novamente no final da arruada, Parcídio Summavielle ofereceu-lhe um ‘bouquet’ de cravos, e afirmou: “Nós somos e seremos sempre os fiéis depositários daquilo que Abril nos prometeu. Portanto, entrego-te, ficam nas tuas mãos. Ficam em muito boas mãos”.
Costa diz que não citou INE sobre crescimento económico de 2021
O secretário-geral do PS afirmou hoje que nunca citou o INE quando revelou os dados de crescimento económico de 2021, defendendo que se tratam de previsões que tem repetido “várias vezes” durante a campanha.
António Costa falava aos jornalistas durante uma arruada em Fafe, tendo reagido às declarações do Instituto Nacional de Estatísticas ao canal televisivo CNN Portugal que, depois de o líder socialista ter revelado na terça-feira que o país ia crescer 4,6%, afirmou que “ainda não apurou o resultado do 4.º trimestre de 2021” e que “não antecipa resultados aos membros do Governo”.
“Eu nem sei o que é que o INE tem a ver com a questão, porque eu não citei INE nenhum, eu disse quais são as previsões que existem e que é a previsão com que temos estado a trabalhar. Agora, o INE revelará os seus números quando tiver os seus números, não percebo essa questão sequer”, respondeu António Costa.
Questionado se não se trata de um “trunfo” durante a campanha eleitoral, o líder socialista respondeu: “Isso é um número que eu tenho repetido por várias vezes: as previsões que indicam que tivemos no ano passado um crescimento da economia de 4,6% e que, este ano, temos uma previsão de crescimento da economia de 5,8%”.
“Já referi várias vezes este número. O que é que surgiu de novo agora, não sei. Este número é número que tenho utilizado várias vezes pelo menos desde a campanha eleitoral”, reforçou.
Na terça-feira, durante uma arruada em Coimbra, António Costa afirmou que, apesar da crise sanitária provocada pela covid-19, o país cresceu 4,6% em 2021 e salientou que a generalidade dos organismos internacionais estima um crescimento de 5,8% este ano.
Ao canal televisivo CNN Portugal, o INE enviou uma nota onde indica que, “em conformidade com a política de difusão seguida e que consta no portal”, não antecipa “resultados aos membros do Governo”.
“O INE ainda não apurou o resultado do 4.º trimestre de 2021 e, consequentemente, a variação média anual ainda não existe. Conforme o calendário habitual, só no próximo dia 31 de janeiro se saberá qual a primeira estimativa do INE”, indicou.
Em outubro, no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2022, o Governo estimou que o crescimento económico em 2021 seria na ordem dos 4,8%.
[Notícia atualizada às 12:31]
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