Numa noite de indecisões, há vozes que se unem na mesma projeção: é possível que os resultados das eleições presidenciais, umas das mais disputadas da história contemporânea do país, não sejam conhecidos no dia de hoje. No Winsconsin espera-se que a última pessoa vote à meia noite local, 7 da manhã em Portugal continental. Só nessa altura é que se podem começar a contar os votos deste Estado e os primeiros resultados começarão a chegar às 5 horas da manhã locais, 10 horas da manhã em Portugal.
Contudo, mesmo com americanos a votar. Os que já votaram começam a pintar de vermelho republicano muitos dos estados. Sendo a mais relevante das vitórias de Trump, a Carolina do Norte, o primeiro de sete estados que vão decidir a eleição.
Quando estavam contados 90% dos votos neste estado, a agência AP e a CNN declararam a vitória de Trump, com mais de 2,5 milhões de votos para o antigo Presidente (2016-2020), enquanto a votação da atual vice-presidente estava nos 2,4 milhões de votos (48,1%).
Com esta votação, Donald Trump alcança 230 votos no Colégio Eleitoral, enquanto Kamala Harris soma 192.
Os resultados - ainda a ser contados - nos habituais estados democratas, conhecidos como a muralha azul, - Pensilvânia, Michigan e Winsconsin estão bastante renhidos. E, por isso, Kamala Harris precisa de ganhar os três para conseguir ser eleita.
Não obstante ainda estar tudo em cima da mesa o ambiente na sede de Kamala é de apreensão, enquanto que Donald Trump se dirige para a sua sede onde tem à espera apoiantes em festa.
O Colégio Eleitoral é constituído por 538 "grandes eleitores", representativos dos 50 estados norte-americanos. O vencedor das presidenciais norte-americanas terá de obter, no mínimo, 270 "grandes eleitores".
Nestas presidenciais, há mais seis estados-chave ('swing state onde a orientação de voto não é rígida e muda de eleição para eleição): Geórgia, Arizona, Wisconsin, Pensilvânia, Michigan e Nevada.)
Os holofotes estão agora virados para a Geórgia, Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Arizona e Nevada - os chamados estados-pêndulo que vão decidir quem será o próximo inquilino da Casa Branca: a vice-presidente Kamala Harris, de 60 anos, ou o ex-presidente Donald Trump, de 78.
Os outros estados costumam apoiar tradicionalmente os republicanos ou os democratas.
Mas se a madrugada foi tensa, não se pode dizer que tenha sido surpreendente. Trump venceu nos redutos republicanos da Flórida e Texas, enquanto Kamala conquistou Nova York e a capital, Washington DC.
Importa lembrar que para ser presidente nos Estados Unidos, não basta ter mais votos que o oponente. É preciso alcançar o número mágico de 270 votos no colégio eleitoral, composto por 538 delegados que, teoricamente, devem respeitar a vontade popular.
Até o momento, Trump possui 246 votos no colégio eleitoral e Kamala, 182. Resultados que vão sendo atualizados à medida da contagem dos votos.
A eleição para lá do Presidente
Nesta madrugada os republicanos ganharam o Senado com vitórias na Virginia Ocidental e Ohio e garantiram o controlo de pelo menos uma câmara do Congresso.
Os republicanos recuperaram esta terça-feira o controlo do Senado dos EUA, ao conquistar 51 lugares, numa eleição em que um terço dos 100 senadores foi a votos, em simultâneo com as presidenciais, segundo a imprensa norte-americana.
Os resultados desta noite dão ainda a possibilidade a Trump de apontar nomes de juízes do seu agrado, isto é conservadores, e que assim consiga bloquear a agenda de Kamala Harris, ou ter apoio para a sua.
A grande surpresa da noite aconteceu no Ohio, onde o republicano Bernie Moreno venceu o Senador democrata Sherrod Brown. Contudo, nem só de más notícias se fez a noite para os senadores democratas. Pela primeira vez haverá no Senado duas mulheres negras. Ao serviço dos democratas estarão Lisa Blunt Rochester e Angela Alsobrooks. Mas também, foi ainda eleita Sara McBride a primeira transgénero a entrar na Casa dos Representantes. Já em 2020 tinha sido a primeira transgénero a ser eleita senadora e em 2016 a primeira a falar numa convenção nacional partidária depois de ser estagiária na Casa Branca de Obama, em 2012.
Sufrágio debaixo dos holofotes das autoridades
O momento eleitoral foi marcado por ameaças de bomba no Arizona, Georgia e Michigan.
O FBI alertou para ameaças de bombas em seções eleitorais, em vários estados americanos, acrescentando que nenhuma delas era plausível, mas muitas pareciam ter origem na Rússia.
"O FBI está ciente de ameaças de bomba em locais de votação em vários estados, muitas das quais parecem ter origem em domínios de e-mail russos", afirmou a porta-voz Savannah Syms em comunicado.
"Nenhuma das ameaças foi considerada plausível até o momento", acrescentou, pedindo ao público que "permaneça vigilante".
Donald Trump tentou também por em causa a veracidade do sufrágio, contudo todos os presidentes das mesas reiteraram não haver motivos para desconfiar de qualquer tipo de fraude.
*Com agências
*O SAPO24 vai continuar a acompanhar todas as atualizações eleitorais em direto
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