Isabel dos Santos exigiu à operadora angolana Unitel, de que é administradora, que lhe fossem pagos 44 mil euros em dinheiro vivo e em mão e não por transferência bancária, avança hoje o jornal Público.

Apesar de lhe ter sido arrestada a posição de 25% da Unitel pela justiça angolana, a empresária mantém um mandato como membro do conselho de administração da operadora até maio de 2021, o que lhe dá direito a 14 salários por ano.

Isabel dos Santos é visada, em Angola, em processos criminais e cíveis em que o Estado angolano reclama mais de cinco mil milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros), tendo as suas contas bancárias sido congeladas.

O processo-crime partiu de uma denúncia do seu sucessor à frente da petrolífera estatal Sonangol, Carlos Saturnino, relativa a transferências monetárias alegadamente irregulares durante a gestão de Isabel dos Santos.

Perante a inacessibilidade às suas contas, Isabel dos Santos terá enviado uma carta em abril para os recursos humanos da Unitel a pedir que os pagamentos passassem a ser feitos em dinheiro vivo, mas o pedido foi rejeitado pelo conselho de administração da operadora.

Em reação a esta decisão, a empresária ameaçou com a abertura de um processo judicial à operadora por incumprimento de contrato, mas a Unitel defendeu-se, argumentando que o que está previsto no documento é que o salário deve ser pago por transferência bancária para uma conta bancária em Angola.

“Qualquer alteração desta forma de pagamento pressupõe uma alteração contratual que não se considera oportuna fazer actualmente”, comunicou a direção jurídica da Unitel.