Então como está a ser este dia, perguntou o repórter da CNN a Donald Trump, já presidente, quando a noite já caía em Washington e a família presidencial se preparava para assistir à parada no exterior da Casa Branca.
Um dia que começou na missa da igreja episcopal de St. John, antes do juramento solene no Capitólio. Um dia em que se despediu do casal Obama e em que se esqueceu de referir a sua adversária eleitoral Hillary Clinton no discurso de posse, todo ele concentrado na sua visão para a América em que se compra americano, contrata Americano e em que o poder vai ser devolvido ao povo que os políticos ignoraram estes anos todos. Hillary para quem pediria depois, no almoço no Congresso, uma ovação de pé, talvez porque sempre assim tenha pensado fazer, ou simplesmente por alguém lhe terá dito que era de mau tom não ser elegante com os vencidos.
Foi também na Casa Branca que assinou os primeiros despachos presidenciais e não poupou no ritual das canetas - uma tradição iniciada por Roosevelt de distribuir canetas nas assinaturas com relevância histórica. Como foi o caso do decreto assinado logo à chegada à Casa Branca e que revoga - ou minimiza - o Obamacare. Ainda sem materialização legal - pelo menos da que é assinada com caneta - ontem, no mesmo dia da tomada de posse, o site da Casa Branca assumiu os propósitos do novo inquilino: para já, foram retiradas as páginas sobre os direitos LGBT e também sobre alterações climáticas.
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À noite, Donald Trump dançou e Melania Trump criou uma nova hashtag para quem se dedica aos temas do estilo e da moda. De manhã, o seu estilo Jackie Kennedy já tinha sido amplamente comentado, à noite falou-se da sua opção pelos estilistas nacionais ao invés de Michelle Obama que tinha ousado escolher um inglês.
Donald e Melania, 45º Presidente e Primeira-Dama, dançaram ao som de Sinatra, "My way", e de Whitney Houston, "I will always love you". Mike Pence e Karen Pence também dançaram, como manda a tradição. Foi um espectáculo, pelo menos para quem assistiu na televisão, muito americano como era suposto.
Cá fora, de Washinton a Nova Iorque, do México a Manila e de Londres a Berlim, multiplicaram-se protestos contra o novo presidente.
Está a ser "inacreditável", respondeu o 45º Presidente dos Estados Unidos da América ao repórter da CNN que lhe tinha feito a pergunta sobre como estava a ser o dia, por sinal o mesmo a quem recusara responder uma semana antes, acusando a estação para que trabalha de produzir notícias falsas. Mas ontem Donald Trump estava feliz, num dia em que não parou de erguer o punho, o polegar para cima e de acenar, acenar muito.
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