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O livro destaca a colaboração com a sua estilista pessoal e co-autora Meredith Koop, o maquilhador Carl Ray e os cabeleireiros Yene Damtew e Njeri Radway, detalhando como cada escolha de roupa, cabelo e maquilhagem foi cuidadosamente planeada ao longo dos anos. Para promover a obra, Obama participou numa gravação ao vivo com Tracee Ellis Ross no Brooklyn Academy of Music, para a série limitada de seis episódios IMO: The Look, que funciona como complemento ao seu podcast IMO with Michelle Obama and Craig Robinson.

Durante a conversa, Michelle reflet sobre a forma como sempre viu a moda como uma ferramenta de poder e comunicação. Desde a campanha do marido para o Senado até aos oito anos na Casa Branca, cada escolha de vestuário era analisada e interpretada pela imprensa e pelo público.

Embora tenha entregue inúmeros “momentos icónicos” de moda, incluindo a promoção de designers emergentes, mulheres e imigrantes, raramente comentava sobre as suas escolhas. “Eu evitava falar sobre moda porque isso poderia distrair do meu trabalho e das questões que eu queria destacar”, disse Michelle Obama, acrescentando que, como mulher no espaço público, sentia-se muitas vezes reduzida à aparência, com a cobertura mediática focando-se mais nas roupas do que nas suas ações ou discursos.

Com o tempo, percebeu que precisava de controlar a sua própria narrativa para não ser definida apenas pela aparência. Seguiu o lema “let us not block the work”, que significava nunca fazer nada que pudesse prejudicar a execução do trabalho político. Isso incluía equilibrar marcas de luxo com designers acessíveis, garantindo que a moda transmitisse uma mensagem de autenticidade e estratégia, sem alienar o público. Para Michelle Obama, o papel da primeira-dama era também um exercício de poder e representação: ajudava a humanizar o Presidente, a destacar questões importantes e a reforçar a presença da primeira família negra, mostrando que moda e política não eram esferas separadas, mas sim interligadas.

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Cada conjunto exigia um trabalho intenso nos bastidores. Em viagens internacionais, Koop coordenava cada detalhe com o Departamento de Estado e a equipa da Casa Branca, considerando o clima, os costumes locais, eventos diplomáticos e o conforto da primeira-dama. A equipa trabalhava sem reconhecimento público, mas com grande dedicação, entendendo que a moda não era apenas sobre estilo, mas também sobre representação e mensagem política. Um exemplo disso foi a adaptação do famoso wrap dress de Diane von Furstenberg, onde Koop acrescentou um painel para evitar incidentes ao sentar-se, mostrando a coragem e o discernimento da jovem estilista.

O cabelo de Michelle Obama também era planeado estrategicamente. Para não desviar a atenção das suas iniciativas, optou por usar cabelo liso durante os oito anos na Casa Branca, seguindo padrões de beleza dominantes, e recorreu a extensões e perucas para proteger o cabelo natural, permitindo que saísse da Casa Branca “com as pontas intactas”. Posteriormente, retomou as tranças, fazendo um gesto simbólico de afirmação cultural na revelação do seu retrato oficial.

Outro detalhe revelador foi o cuidado com os vestidos para jantares de Estado. Michelle Obama mantinha três opções prontas e decidia apenas na noite do evento, mantendo a escolha em segredo até revelar ao marido, transformando o momento numa espécie de ritual íntimo entre os dois. Este cuidado, juntamente com o planeamento de cabelo, maquilhagem e acessórios, demonstrava como a moda podia ser usada de forma estratégica e consciente, reforçando a mensagem pessoal e política sem comprometer o foco no trabalho.

Michelle destacou que, no final do seu tempo na Casa Branca, a moda deixou de ser apenas um aspecto estético e tornou-se uma forma de contar histórias, de afirmar identidade e de valorizar o trabalho da sua equipa. The Look não é apenas um livro de moda, mas um relato sobre como cada detalhe de estilo pode refletir valores, prioridades e poder, mostrando que a moda, quando usada intencionalmente, pode ser um instrumento de liderança e influência.

O livro recebeu ainda o elogio do próprio Barack Obama, que destacou a graça e autenticidade da mulher ao desempenhar o papel de Primeira Dama que "iluminava todas as salas onde entrava"

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