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Em 2025, já se registaram dois óbitos entre bombeiros portugueses, ambos em acidentes rodoviários ocorridos a caminho ou no regresso de operações de combate a fogos. A estes juntam-se cerca de 240 feridos desde o início do ano, sendo que mais de metade dos casos aconteceram apenas nas últimas três semanas, reflexo da intensidade da atual vaga de incêndios.

A sinistralidade no terreno acompanha os picos de fogo que ciclicamente marcam o país. Em anos críticos como 1986 e 2005, morreram 18 e 16 bombeiros, respetivamente. Mais recentemente, em 2013, quando arderam mais de 150 mil hectares, dez bombeiros não resistiram às operações.

Só em 2019 não se registou qualquer morte entre operacionais, avança o JN.

Tragédia também em Espanha

A realidade além-fronteiras não é diferente. Segundo a RTP, Espanha registou este domingo a quarta vítima mortal dos incêndios deste verão: um bombeiro morreu na sequência do despiste de um camião-cisterna em Castela e Leão, uma das regiões mais fustigadas pelo fogo. Foi o terceiro óbito naquela comunidade autónoma em apenas algumas semanas.

Atualmente, 19 grandes incêndios permanecem ativos em Castela e Leão, que partilha fronteira com Portugal. As chamas afetam ainda a Galiza e a Extremadura, obrigando milhares de pessoas a abandonar temporariamente as suas casas. Pelo menos 15 estradas permanecem cortadas e a ligação ferroviária de alta velocidade entre Madrid e a Galiza está interrompida há seis dias consecutivos.

No total, estima-se que mais de 70 mil hectares já tenham ardido em Espanha apenas nas últimas semanas e mais de 157 mil hectares desde o início do ano, segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).

Uma luta que desafia limites

Autoridades portuguesas e espanholas reconhecem que o trabalho dos bombeiros é feito em condições cada vez mais duras, com ondas de calor prolongadas, ventos fortes e zonas de difícil acesso. Em declarações à rádio Cadena SER, a ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, admitiu que só uma descida significativa das temperaturas poderá permitir controlar os fogos.

Em Portugal, a Liga dos Bombeiros insiste que o esforço humano é desmedido face aos recursos disponíveis, alertando para a necessidade de reforçar a proteção dos operacionais.

Os números de mortos e feridos ao longo das últimas décadas refletem não apenas o risco da profissão, mas também o impacto devastador de fenómenos climáticos extremos, que tornam cada vez mais perigosas as operações no terreno.

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Apesar das dificuldades, os bombeiros permanecem na linha da frente. Como sublinha a própria LBP, “cada vida perdida é um lembrete de que o combate aos incêndios não se trava apenas com meios técnicos, mas também com coragem e sacrifício humano”.